Sexta-feira, 04 de abril de 2014.
"Quando se aprende a fazer uma correta leitura da vida damos-lhe valor, até em pequenos detalhes" JoYa |
Quando se aprende a fazer uma correta leitura da vida damos-lhe valor, até em pequenos detalhes que muitas vezes passam despercebidos. Até o abrir de uma porta que nos leva de um lugar para outro. Explico. Meu saudoso pai morreu devido a um enfarte fulminante, aos 73 anos, em 2001, na cidade serrana catarinense de Lages. Havia entrado em um local público daquela cidade e de lá não saiu. Eu morava em Londrina na época. Viajei quase oitocentos quilômetros para conversar com as pessoas que testemunharam os últimos momentos de meu pai. Estava à época preocupado se ele tinha sofrido ou não para morrer. Depois do relato, conversei com um médico e este me explicou que as pessoas que falecem da maneira como aconteceu com meu pai não sofrem, pois o sofrimento é o prolongamento da dor. Caso tivesse desmaiado, ao acordar nem lembraria do fato que havia determinado seu desfalecimento. Fiquei mais tranquilo. Aproveitei aquela oportunidade e dobrei meus joelhos naquele local e fiz uma oração. Após, ao sair daquele recinto precisei abrir a porta. Ao fazê-lo me veio o entendimento de que estava realizando algo que meu pai não pôde fazer. Entendi o valor que temos de dar à vida. Até quando abrimos uma porta e saímos para algum lugar. É por isso que hoje dou graças à Deus por tudo. À vida, à saúde e à liberdade que me possibilitam o ir e o vir. Entendi também que minha forma de pensar e agir devem honrar cada instante das oportunidades que a vida me concede, pois não saberei a hora da partida, assim como aconteceu com meu pai quando entrou vivo e consciente em uma sala para dela não mais sair. JoYa
0 comentários:
Postar um comentário