Sábado, 17 de fevereiro de 2013.
Para matar a saudade do "jovem" eu (22 anos), momentos antes de
iniciar uma das inúmeras edições do Correspondente GBOEX que comandei nas ondas
sonoras da Rádio Clube Paranaense, a mais potente emissora da história do
rádio paranaense. Com uma onda média e três ondas curtas (25, 31 e 49) a Clube
era sintonizada no mundo inteiro na época em que ninguém usufruía do fenômeno
da internet. Orgulho-me por demais de ter participado desta fantástica história
durante quase dezessete anos (1974 a 1991).
Jorge Yared, aos 22 anos, nos estúdios da Rádio Clube Paranaense |
Correspondente Gboex
Se você estiver em...(nome da cidade e do
Estado...muitas vezes até do país. A fonte eram os endereços das cartas de
ouvintes)...e sentir saudades de Curitiba e do Paraná...(se fora do
Estado)....ouça a Clube, ela chega lá!!!!
1986, Rádio Clube Paranaense. Após ter sido aprovado nos testes do
exigente grupo GBOEX, comecei a apresentar o Correspondente GBOEX na Rádio
Clube Paranaense. Para conseguir assumir a apresentação deste noticioso, o
locutor tinha que ter uma capacidade de leitura rápida com uma correta dicção.
A quantidade de notícias, se lidas no estilo atual, levaria uns 25 minutos.
Naquela época era preciso lê-las em 10 minutos, com abertura, patrocínio e
fechamento. E eu conseguia. Era puxar o fôlego e imprimir um ritmo que não
desse a impressão de estar lendo rápido demais. O macete era a entonação no
início, no começo de alguns períodos e no fechamento da notícia, sempre
baixando o tom, para puxar novamente o ar para os pulmões. Foi a princípio um
gostoso desafio vencido. Com 22 anos, sem contato com bebida alcoólica e fumo,
meus pulmões estavam à toda. Na história do rádio-jornalismo paranaense, em
minha opinião, o Correspondente GBOEX (Grêmio Beneficente dos Oficiais do
Exército), apesar da origem ser na escola gaúcha (rádio Gaúcha de Porto Alegre)
foi um diferencial, um divisor de águas quando o foco for o estilo de
apresentação. Até hoje, ninguém veio falar comigo a respeito. Está faltando
aqui no Paraná um historiador que se preocupe em registrar esses
acontecimentos. E as faculdades de jornalismo, o que fazem a respeito, afinal
história também é ciência?!!?