Sexta-feira, 1º de
maio de 2015.
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“Sem trabalho não há
produção, sem produção não há desenvolvimento e sem
desenvolvimento não há
prosperidade e bem-estar” Christiane Souza Yared
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Sem trabalho não há produção, sem produção não há
desenvolvimento e sem desenvolvimento não há prosperidade e bem-estar. Aprendi
desde cedo a valorizar o trabalho, pois somente através dele é que podemos,
honestamente, ter as coisas de que necessitamos para sobreviver e para o nosso
conforto também. Quis o destino que com a tragédia da perda de nosso filho a
vida, minha e a de meu esposo tenha sofrido uma reviravolta. Ao sentir na carne
a dor do sentimento de injustiça diante da morosidade do caso e ao constatar
que alguma coisa precisava ser feita para agilizar o nosso sistema processual
penal brasileiro decidi aceitar o convite e me lancei candidata ao cargo de
deputada federal. Cabe, entre outras responsabilidades a um parlamentar
apresentar projetos de lei que visam exatamente aperfeiçoar e atualizar nossa
legislação à realidade da época em que vivermos. Qual foi nossa surpresa quando
ao final do pleito recebemos a maior votação entre todos os candidatos. Foram
200 mil 144 votos de uma sociedade que acompanhava e acompanha com carinho e
preocupação o caso que nos tirou o filho amado e nos levou a esta luta social
por um trânsito menos assassino e por uma justiça mais célere. Eleita e
empossada cheguei a Brasília. Comecei a participar das sessões do Congresso, a
conhecer como é a realidade do dia a dia de nossa Casa de Leis. Percebi que
minhas responsabilidades extrapolavam àquilo que me inspirou e me levou a
Brasília. Percebi, embora o tenha como prioridade, que o caso do trânsito não
era o único que teria que me ocupar. Um desses assuntos diz respeito à
terceirização da mão-de-obra, a PL 4.330. Entendo que a regulamentação do
trabalho terceirizado seja necessário, mas entendo também, pela experiência que
tive como empregada e como patroa que fui, que a diferenciação das
atividades-meio e das atividades-fim precisa ser mantida. Isso é de suma
importância para assegurar ao trabalhador a garantia dos direitos conquistados
e também para proteger nossa Previdência Social. É inaceitável que ela corra o
risco da perda de recursos e de sua sustentabilidade. Isso seria trágico ao
país e ao seu povo. Entendo também que a possibilidade de terceirização das
atividades-fim, aliada a medidas como a diminuição de 24 para 12 meses do prazo
para que um trabalhador que detinha vínculo de emprego retorne à empresa na
condição de terceirizado e a quarteirização, isto é, a subcontratação de
terceirizada por terceirizada, revela um quadro preocupante e nocivo ao trabalhador,
pois reduz suas garantias sociais mínimas com inevitável diminuição de médias
salariais, aumento da rotatividade e diminuição da oferta de trabalho pelo
incremento das jornadas. Na prática sabemos que os trabalhadores terceirizados trabalham
mais horas, ficam menos tempo no emprego e recebem salários inferiores. Entendo
também, na passagem desse dia primeiro de maio, dia que paramos para refletir
sobre o trabalho e os trabalhadores, que o país vive hoje um momento
desafiador. As reformas política e fiscal, sempre na pauta, precisam ser
implementadas o quanto antes. Firmo junto a todos meus compatriotas o
compromisso de continuar a luta ao lado das relevantes questões sociais que
nosso povo anseia por direito, entre elas esta questão da terceirização que
espero seja brecada do Senado e, caso necessário vetada por nossa presidente. O
importante, meus amados é que as nossas instituições, consagradas pelo regime
democrático em que vivemos continuem a funcionar a todo vapor, não dando
tréguas no combate à corrupção e dando a resposta necessária a todos que
precisam nelas confiar e por confiar nelas que espero também que sejam apuradas
com a urgência devida a violenta e descabida repressão contra nossos
professores estaduais esta semana, em Curitiba, bem como as recentes medidas
aprovadas pela Assembleia Legislativa de meu Estado. Que o dia hoje sirva para que todos possamos refletir sobre a importância
da participação política no sentido de legarmos ao país representantes à altura
da missão de suas instituições, instituições criadas exatamente para a defesa
dos interesses de seu povo que tem na geração de emprego e nas garantias
trabalhistas um de seus principais pilares de sustentação.