Segunda-feira, 30 de julho de 2012.
Estarei afastado de Curitiba nos próximos três meses. Desde a última
terça-feira, dia 24, estou em Lages, Santa Catarina (foto), minha terra natal.
Aproveito para conhecer um pouco mais esta bela cidade catarinense, pois saí
muito cedo daqui. Ela situa-se no Planalto Serrano, a 223 km de Florianópolis,
a capital do estado e a 258 km de Curitiba, a capital paranaense, onde resido.
Colonizada por italianos, portugueses, espanhóis e alemães tem hoje uma
população em torno de cento e sessenta mil habitantes. Suas principais
atividades econômicas são o turismo rural, a agricultura e a pecuária. Basta
chegar aqui e perceber que o clima é diferenciado, assemelhando-se ao europeu.
Muito frio mesmo. Na verdade tecnicamente Lages está a 904 m acima do nível do
mar e tem um clima subtropical. Por causa da altitude de mais de 900m, a
temperatura média anual não passa de 16ºC. No inverno, período que estamos hoje
alcança graduação negativa, com frequente ocorrência de geadas e nevascas.
Festas Tradicionais
As virtudes do homem serrano se manifestam nas festas, artesanato,
folclore regionalista e danças, nas músicas e na comida típica campeira de
Lages. Em Junho, o calendário turístico nacional aponta a Festa do Pinhão e em
15 de agosto, Dia de Nossa Senhora dos Prazeres, padroeira da cidade, uma bela
festa regional.
História
A História de Lages inicia-se em 1766, quando o governador da Capitania
de São Paulo - antiga proprietária da região - incumbiu o bandeirante Correia
Pinto de fundar um povoado. A localidade devia servir como defesa contra a
invasão dos castelhanos que cobiçavam as terras, ao mesmo tempo em que oferecia
proteção aos tropeiros e viajantes que cruzavam o Planalto Serrano transportando
gado do Rio Grande do Sul para São Paulo. A fundação do povoado de Nossa
Senhora dos Prazeres dos Campos das Lajes foi oficializada em 22 de novembro de
1766. Em maio de 1771, a povoação foi elevada à categoria de vila, permanecendo
assim até 1820, quando foi desanexada de São Paulo e passou a fazer parte de
Santa Catarina. O antigo nome só foi substituído por Lages em 1960.
Turismo Rural
Inverno em Lages. É comum os termometros chegarem a marcar temperaturas abaixo de zero
Recomendo o turismo rural para quem aprecia esse segmento tão envolvente
de nossa terra. Lages, aliás, conta com inúmeras fazendas abertas para o
turismo rural:
A Fazenda do Barreiro, que tem uma cozinha de chão batido e um museu
histórico onde são guardados documentos e objetos de mais de 100 anos. Para
chegar à fazenda é necessário atravessar um rio, passando por uma ponte pênsil,
cenário que se encaixa com perfeição na bucólica paisagem rural.
Há também a Fazenda Nossa Senhora de Lourdes, que tem instalações para
acolher 10 hóspedes, mas que se diferencia pela construção original em madeira,
um tributo à valorização das tradições, e pela presença de uma ampla
biblioteca, com exemplares raros, acumulados ao longo dos 158 anos de
existência da fazenda.
Ainda existe a Fazenda Pedras Brancas, pioneira do turismo rural;
A Fazenda Refúgio do Lago, com piscina natural e um restaurante aberto ao
público, com música ao vivo; a Fazenda Dourado, no antigo Caminho das Tropas;
O Hotel-Fazenda Boqueirão, a 8km do centro;
A Fazenda Ciclone, 43km ao sul de Lages e, finalmente a Fazenda Aza
Verde, de propriedade de descendentes de italianos, localizada às margens da
antiga BR-2, a 7km do centro e que tem 12 açudes para pesca artesanal.
Em todas as fazendas há conforto, bons serviços e, geralmente, estrutura
para eventos.
Lages, um bom lugar para se viver, ou pelo menos passear. Mas um alerta para o inverno serrano: é preciso gostar de frio!