Terça-feira, 14 de
junho de 2016.
Aos 56 anos nossa família perdeu um ente querido, vítima de infarto. Hoje soube da morte do irmão de meu vizinho com o mesmo mal, aos 50 anos. Pesquisei na Internet e encontrei este interessante artigo sobre a questão. Soube que há um aumento considerável na incidência de infartos do miocárdio no inverno. Para quem se interessar sobre o assunto publico o artigo na íntegra.
AVC e infarto são mais comuns nos
dias frios
Os dias frios sempre despertam preocupação em
relação a doenças respiratórias, como gripes, resfriados e rinites alérgicas.
Poucos sabem, no entanto, que as baixas temperaturas representam também risco
de complicações cardiovasculares. “Há uma incidência 10% a 18% maior de infarto
agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC) durante o inverno”,
afirma Luiz Eduardo Mastrocolla, assessor médico do serviço de Cardiologia do
Fleury.
A relação entre frio e doenças cardiovasculares tem
na hipertensão arterial uma das principais causas. Quando sentimos frio, ocorre
a liberação de uma substância, um tipo de catecolamina, que contrai os vasos
sanguíneos, em especial as artérias. Esse é um mecanismo que diminui a
dissipação do calor, muito importante para enfrentarmos o frio. Por outro lado,
ele provoca a diminuição do calibre arterial, que aumenta a resistência contra
a qual o coração necessita bombear para movimentar o sangue, além de dificultar
a própria circulação nas diversas partes do organismo, já que o fluxo de sangue
acontece num vaso com menor calibre. Essa situação provoca uma sobrecarga para
o coração e um risco especial para o cérebro.
“Além disso, podem ocorrer alterações no perfil
metabólico durante os dias mais frios. A elevação dos níveis de colesterol,
causada pelo consumo de alimentos mais gordurosos, é uma delas”, explica o
cardiologista Renato Scotti Bagnatori, do Fleury. O colesterol em excesso pode
formar perigosas placas de gordura que, com o tempo, podem obstruir e
comprometer o fluxo sanguíneo nas artérias do coração e do cérebro resultando,
respectivamente, no infarto do miocárdio e no acidente vascular cerebral.
As pessoas que correm mais risco de apresentar
problemas cardiovasculares no frio são as que já sofrem de doenças cardíacas, obesidade,
hipertensão arterial e diabetes. Isso é ainda mais grave se cursar
concomitantemente com a doença aterosclerótica. “O frio excessivo pode levar à
ruptura de uma placa aterosclerótica, o que causa a trombose intravascular e a
obstrução da artéria”, afirma Mastrocolla.
É por isso que, no que tange à prevenção do infarto
e do AVC, o controle dessas condições de saúde é a principal recomendação dos
médicos. “Controlar os fatores de risco é essencial. Isso envolve parar de
fumar e adotar a prática regular de atividade física, além, claro, de estar
atento aos níveis do colesterol, à pressão arterial e ao controle do diabetes
mellitus”, diz Marcela Oliveira Lima, do serviço de Cardiologia do Fleury.
"Fica claro também que a exposição ao frio se torna uma preocupação, e,
por isso, deve ser evitada."
A população de faixa etária mais avançada é a mais
propensa a essas complicações, segundo Renato Scotti Bagnatori. “Acredita-se
que o idoso, por possuir uma reserva fisiológica mais restrita, tenha menos
capacidade de enfrentar essas condições e responda com aumento exacerbado dos
níveis de pressão arterial e transtornos mais frequentes de coagulação
sanguínea, além de mais propensão às infecções típicas do frio, que podem ser
fatores desencadeantes de eventos cardiovasculares.”
É importante, portanto, ficar muito atento aos
sinais clássicos do infarto e do AVC. “Dor no peito em caráter opressivo, com
ou sem irradiação para os membros superiores, sudorese fria, falta de ar e
náusea são os sintomas mais perceptíveis da doença coronariana instável”, diz a
cardiologista Marcela Oliveira Lima. Já o AVC é caracterizado por perda
repentina da força muscular e/ou da visão, dificuldade para falar, tonturas,
formigamento em um dos lados do corpo, alterações de memória, dor de cabeça,
náuseas e vômitos.
Ao surgimento desses sintomas, deve-se procurar um
serviço de emergência, para a avaliação de um médico que levantará a suspeita
clínica e solicitará os exames necessários para confirmar sua hipótese. “Na
avaliação do médico, o paciente pode ser submetido a um eletrocardiograma –
que, em muitas situações, pode sugerir a interrupção da circulação sanguínea no
coração – e a exames de sangue que medem o nível de enzimas que aumentam com a
destruição de células cardíacas. Em determinadas situações o ecocardiograma
também pode ser útil”, diz Mastrocolla. Nos casos de comprometimento
neurológico essa investigação amplia-se com os estudos das condições cerebrais,
que podem incluir desde ultrassonografias com doppler das artérias até ressonâncias
nucleares magnéticas.
Fontes: Luiz
Eduardo Mastrocolla, assessor médico do serviço de Cardiologia do Fleury;
Renato Scotti Bagnatori e Marcela Oliveira Lima, cardiologistas do Fleury
Este material foi
elaborado pelo Fleury, tendo caráter meramente informativo. Não deve ser
utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas,
consulte seu médico.