Sábado, 21 de janeiro de 2012.
Equipes de mergulhadores da Marinha italiana encontraram neste sábado o corpo de uma mulher, a 12ª vítima do acidente com o navio Costa Concordia, que naufragou na última sexta-feira (20). Já a Guarda Costeira confirmou pela primeira vez um vazamento de óleo diesel no local, aumentando temores de um desastre ambiental. As equipes acharam o corpo em um dos quartos dos 17 andares do cruzeiro, oito dias após a embarcação ter se chocado contra rochas na ilha de Giglio, na Itália. Cerca de 20 permanecem desaparecidas. Até o momento, apenas oito vítimas foram identificadas formalmente: seis turistas --quatro franceses, um espanhol e um italiano--, um tripulante peruano e um violinista húngaro.
VAZAMENTO
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Foto Filippo Monteforte/France Presse |
Também neste sábado a Guarda Costeira italiana confirmou pela primeira vez que os líquidos que vazam do navio são, de fato, óleo diesel. O combustível seria um "tipo leve" de diesel usado como lubrificante nos maquinários e botes de resgate. Há 185 toneladas desta variedade do combustível a bordo. As autoridades italianas ainda não confirmaram vazamento das 2.380 toneladas do diesel "mais pesado", que serve como combustível para os motores do navio.
RESGATE
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Fotos mostram afundamento do gigantesco navio com uma semana de diferença (FotoEnzo Russo/Massimo Percossi/Efe) |
A exploração em profundidade dos restos do navio Costa Concordia foi retomada neste sábado ao amanhecer, uma semana depois do acidente. Após confirmada a estabilização do navio, os mergulhadores da Marinha desceram novamente a 20 metros de profundidade para abrir buracos no casco. Ontem (20), a embarcação apresentou movimento de 7 mm por hora. No total, 24 pessoas --das quais três aparecem sem dúvida entre os corpos não identificados-- permanecem desaparecidas há quase seis dias. Trata-se de 12 alemães, cinco italianos, dois franceses, dois americanos e três membros da tripulação: um italiano, um peruano e um indiano. As perigosas imersões dos mergulhadores no navio foram dificultadas na quinta-feira pelo vento e pelas ondas que atingem a ilha e colocam em perigo a estabilidade do navio, que corre o risco de deslizar em direção a um precipício de cerca de 70 metros. Mas a situação meteorológica se agravou nesta sexta-feira com um vento de 40 a 50 km/h e ondas anunciadas de um metro e meio.
COMANDANTE
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Sobre Schettino pesam severas acusações |
A ira dos familiares aumentou na quinta-feira, depois que o peruano Saturnino Soria, pai da jovem desaparecida Erika, pediu publicamente às autoridades italianas que o comandante do navio, Francesco Schettino, "não fique impune pelo que fez". A libertação do controverso comandante do navio, acusado de ser o principal responsável pela tragédia e que se encontra em prisão domiciliar em sua residência de Meta de Sorrento, perto de Nápoles, gerou irritação entre os parentes das vítimas que esperam notícias na ilha de Giglio, onde ocorreu a tragédia.
Acusado de homicídio múltiplo, abandono de navio e naufrágio, acusações que podem significar uma sentença de 12 anos de prisão, Schettino foi detido no sábado por ordem da promotoria por medo de que manipulasse as provas e pelo risco de fuga. Segundo o presidente da empresa Costa Cruzeiros, proprietária da embarcação, Pier Luigi Foschi, o capitão do Costa Concordia "não foi honesto" com os responsáveis em terra ao explicar a situação. (Corriere della Sera)
Entenda como se deu o naufrágio e a diferença de proporção do Costa Concórdia com outros navios de cruzeiro famosos
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Proporção de tamanho do Costa Concórdia com o Titanic e com o maior navio cruzeiro do mundo na atualidade, o Allure of The Seas (BBC/Reuters) |