terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Mau exemplo: Telefonema confirma que comandante abandonou mesmo o navio no momento do naufrágio


Terça-feira, 17 de janeiro de 2011.
By, by! Na hora do aperto, acabou a pose do comandante
Um telefonema entre o capitão do cruzeiro "Costa Concordia", que naufragou na sexta-feira em águas na Itália, e a Capitania dos Portos publicado nesta terça-feira na imprensa italiana confirma que ele deixou o navio antes da retirada de todos os passageiros e não voltou apesar de ter recebido ordem para retornar. A imprensa italiana transcreve nesta terça trechos da conversa entre o capitão Francesco Schettino, de 52 anos, e a Capitania dos Portos que revelam que ocultou o motivo do naufrágio. Às 21h54 (18h54 de Brasília), com o navio já encalhado em frente à ilha de Giglio, no centro da Itália, o capitão garantiu que tudo estava bem e enfrentava apenas um problema técnico. Segundo o "Corriere della Sera", a Capitania perguntou a Schettino às 0h32 (21h32 de Brasília) quantas pessoas ainda restavam a bordo. Embora a embarcação estivesse cheia, o comandante respondeu que apenas entre 200 e 300. A resposta fez levantar suspeitas à Capitania que perguntou se ele ainda estava a bordo e Schettino confessou que o navio estava inclinando e ele havia deixado o barco.
"Mas como que abandonou a nave?", perguntaram a partir da Capitania.
Guarda Costeira italiana ainda procura melhor forma de rebocar o navio
(Foto: Filippo Monteforte / AFP)

Mesmo que o capitão tenha se retratado dizendo que não tinha abandonado o cruzeiro, a partir da Capitania ninguém conseguiu encontrá-lo.
"Volte imediatamente a bordo, suba pela escada de segurança e coordene a evacuação. Deve nos dizer quantas pessoas há lá dentro: crianças, mulheres, passageiros, o número exato de cada categoria", acrescentaram. "Comandante, é uma ordem, agora comando eu. Anteriormente o senhor declarou que havia abandonado o navio, volte à proa e coordene o resgate porque há mortos", exigiram. Conforme os investigadores, Schettino que estava em terra firme e não retornou ao transatlântico perguntou quantos corpos havia.
"É o senhor quem tem de me dizer quantos. O que quer fazer? Ir para sua casa? Volte imediatamente e nos diga o que é preciso fazer, quantas pessoas restam e o que necessitam", ordenaram a partir da Capitania.
O comandante garantiu que voltaria, mas testemunhas e investigadores que cuidam do caso, afirmam que ele não voltou e o viram pegar um táxi em direção a um hotel. Como informou a empresa dona do transatlântico, a Costa Cruzeiros, o naufrágio foi causado por um "erro humano" do capitão que aproximou a embarcação até 150 metros do litoral dessa pequena ilha do mar Tirreno. A manobra acabou levando o barco para as rochas.
TÁXI PARA UM HOTEL
Comandante Schettino garantiu que voltaria, mas testemunhas
afirmam que viram ele pegar um táxi em direção a um hotel
Conforme os investigadores, Schettino, que estava em terra firme e não retornou ao transatlântico, perguntou quantos corpos havia na tragédia. "É o senhor quem tem de me dizer quantos. O que quer fazer? Ir para sua casa? Volte imediatamente e nos diga o que é preciso fazer, quantas pessoas restam e o que necessitam", ordenaram a partir da Capitania. O comandante garantiu que voltaria, mas testemunhas e investigadores que cuidam do caso, afirmam que ele não voltou e o viram pegar um táxi em direção a um hotel. Como informou a empresa dona do transatlântico, a Costa Cruzeiros, o naufrágio foi causado por um "erro humano" do capitão que aproximou a embarcação até 150 metros do litoral dessa pequena ilha do mar Tirreno. A manobra acabou levando o barco para as rochas.
O diretor geral da Costa Cruzeiros, Gianni Onorato, lamentou as mortes
no acidente durante coletiva de imprensa em Gênova (Foto Reuters)
ARRASADO E PERTURBADO
Em nota, o advogado dele, Bruno Leporatti, disse que o capitão está "arrasado, perturbado e entristecido com a perda de vidas", mas considera que conseguiu salvar muitas vidas ao realizar uma difícil manobra de emergência com as âncoras depois do acidente, o que deixou o barco mais perto da costa. Foschi negou as acusações de que os passageiros não teriam sido treinados para abandonar o navio, onde ocorreram cenas de pânico e caos depois da colisão. Havia a bordo cerca de 1.020 tripulantes de 38 países, mas a maioria trabalha com alimentação e entretenimento, sem experiência específica com assuntos navais. O executivo chamou os tripulantes de "heróis" e disse que eles reagiram corretamente. "Tivemos de retirar mais de 4.200 pessoas em circunstâncias difíceis, então toda a operação levou mais de duas horas. A razão para isso é que a inclinação do navio não nos permitiu usar ambos os lados para retirar as pessoas."
EXPLOSIVOS
Imagem mostra avarias no casco do Costa Concordia; 29 pessoas continuam
desaparecidas após desastre (Foto Reuters)
Equipes de resgate que tentam encontrar sobreviventes do naufrágio do navio de cruzeiro Costa Concordia, na Itália, passaram nesta terça-feira a utilizar explosivos para tentar acessar partes isoladas da embarcação onde consideram que possam estar algumas das 29 pessoas que continuam desaparecidas. Duas explosões foram realizadas logo cedo com dinamites para permitir que mergulhadores e bombeiros entrassem em partes da embarcação às quais ainda não tinham tido acesso. Os proprietários do Costa Concordia atribuíram ao comandante do navio a culpa pelo acidente. Ele teria ordenado na noite de sexta-feira a aproximação da ilha de Giglio, na costa oeste italiana, para "saudar" a população local.
DESAPARECIDOS
Erro humano: Conclusão de Pier Luigi Foschi, presidente da empresa
de cruzeiros, durante entrevista nesta segunda (Foto Reuters)
Quatro tripulantes e 25 passageiros ainda estão desaparecidos, três dias depois do acidente com o transatlântico italiano que encalhou na costa da Toscana, informou na noite de ontem (16) a Guarda Costeira italiana. (Nacionalidade dos desaparecidos já foi divulgada e está na postagem abaixo desta). "Uma hora atrás eu recebi um relatório da administração [local] de Grosseto segundo o qual 29 pessoas continuavam desaparecidas", disse o comandante da Guarda Costeira, Marco Brusco, em declarações à televisão italiana, revisando para cima uma estimativa divulgada mais cedo e que dava conta de 15 pessoas ainda sem paradeiro conhecido. Embora Brusco não tenha esclarecido o aumento da contagem, três famílias italianas relataram que, embora seus parentes estivessem listados entre os sobreviventes, ainda não foram encontrados. O representante da Guarda Costeira esclareceu ainda que dez alemães estão entre os 29 desaparecidos, e que há uma "faísca de esperança" de que alguns desses ainda estejam vivos.  Os proprietários da embarcação atribuíram a culpa ao capitão do navio, que teria se aproximado demais da ilha de Giglio, na costa oeste italiana, para "saudar" a população local, na noite de sexta-feira. (France Presse & Reuters)

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