Domingo, 11 de setembro de 2011.
Ainda criança aprendi que um erro não corrige jamais outro erro. Aprendi também que violencia gera violência e que devemos nos afastar o máximo possível do sentimento de ódio que acaba por fomentar o eterno erro da violência como opção de solução para qualquer problema. As imagens impressionantes dos ataques ao Pentágono e às Torres Gêmeas, em New York, há dez anos, deveriam ter servido para uma reflexão sobre erros e acertos da política externa norte-americana em todo o mundo, principalmente no Oriente Médio. De onde vem esse ódio capaz de fazer que um grupo de homens decida se sacrificar através de um gesto de vingança inimaginável, gesto esse que custaria não só suas vidas, mas a de milhares de inocentes civis? A guerra por si só é um absurdo. Mesmo quando travada entre dois exércitos inimigos, a guerra é abominável. Mas, quando se mata inocentes por uma causa, mesmo que por vingança, é inaceitável. É importante que, ao mesmo tempo que condenemos a ação daquele grupo de homens em 11 de setembro de 2011, reflitamos sobre os motivos que o levou a adotarr tão insana ação. Será que jogar duas bombas atômicas em cidades densamente povoadas, no Japão, durante a Segunda Grande Guerra, matando também milhares de inocentes, crianças, velhos, homens e mulheres que tocavam suas vidas, como as que estavam nas Torres Gêmeas, foi ato diferente da do 11 de setembro de 2001? E as ações na Coréia e no Vietnã? E a política equivocada para o Oriente Médio, que fomenta diariamente o ódio e o rancor daquela gente contra a ingerencia em seus assuntos internos? Toda vez que Israel despeja bombas sobre as residencias de pessoas inocentes de países limítrofes é como se os EUA estivessem matando civis inocentes no dia a dia de horror e violencia daquela região. O que aconteceu após o ataque de 11 de setembro foi tão horrendo quanto. E ceifou inúmeras vezes mais vidas, também inocentes, no Afeganistão e no Iraque. Denuncias feitas pelos proprios militares americanos que retornaram daquele palco de horror apontavam tortura a prisioneiros, matança indiscriminada de civis e até de crianças e velhos. O que essas ações geraram? Temor? Talvez em alguns, mas na maioria dos sobreviventes, mais ódio ainda ao agressor. Como disse no começo desta reflexão: violencia gera violencia. Odio gera odio. Hoje, dez anos depois, os norte-americanos vão viver um 11 de setembro com a expectativa de alguma ação de retaliação de parte daqueles que chamam de “terroristas”. Um verdadeiro exército foi mobilizado nas principais cidades daquele país, principalmente a capital e New York para tentar coibir qualquer tentativa de ataque. É preciso definitivamente que os EUA entendam e compreendam a responsabilidade que têm com todo o planeta. São uma nação poderosa. Se investissem metade do que investem em armamentos em ajuda humanitária nas nações pobres do Oriente Médio, já dariam um passo importante para amenizar o sentimento de ódio e de vingança que milhares daqueles oprimidos sentem hoje, sentimento este, repito, provocado por uma política equivocada de domínio e exploração econômica na região. Agindo da maneira que agiram, os EUA só fazem é aumentar o fogo de uma fogueira que parece não apagar nunca. Reflitam: quem tem mais produto inflamável para fomentar esse fogo? E quem se utiliza mais dele?