Sábado,
07 de maio de 2016.
Não foi uma colisão de trânsito. Foi, na verdade, uma explosão em trânsito |
Tentei achar uma definição para
expressar meu sentimento neste dia. Lembro bem que, há sete anos quando soube
da colisão que vitimou meu sobrinho Gilmar Rafael Yared, eu estava na
apresentação do Jornal da Paraná Educativa quando o telefone tocou. Era meu
filho Julian, da faculdade, meio incrédulo dizendo que corria a informação nos
corredores da Unibrasil de que um Yared havia falecido em uma grave ocorrência
de trânsito. Os colegas temiam que fosse ele. Liguei imediatamente para meu
irmão Mário e só aí vim a saber que se tratava do Gilmarzinho, como o
tratávamos carinhosamente na família, apesar de seus quase dois metros de
altura. A sensação de incredulidade foi a primeira de tantas que se sucederam
ao fatídico dia. Hoje pensei um pouco e, sete anos após, a definição que restou
neste tio foi a da sensação de insuficiência jurídica. Muitos padecem de
insuficiência renal, cardíaca, de fundos, etc. Hoje me é forte a sensação de
insuficiência de um sistema à mercê de um processo contemplativo à postergação
de decisões voltadas à resposta penal ao ato delituoso. Como sentir algo
diferente ao acompanhar esta "pouca vergonha" que é o caso que
vitimou meu amado sobrinho. Um vergonhoso emaranhado de evasivas voltadas a
cumprir uma estratégia embasada no direito de defesa que todo cidadão tem, até
que se prove o contrário. Mas, como provar o contrário se nem ao julgamento a
causa tem sido contemplada? Daí, amigos, este tio cidadão, há sete anos do
fato, viver uma lamentável sensação de insuficiência jurídica de um sistema que
deveria acima de tudo defender a vida e não quem a tira. JoYa