Domingo, 19 de maio de 2013.
Espiritualmente é válida a afirmação de que o que contamina não é o que
entra, mas o que sai da boca. Mas, em relação à saúde do corpo de uma
pessoa o que entra pode contaminar sim. Li uma matéria sobre saúde alimentar e
achei importante compartilhar com meus amigos. É incrível, mas somos muito
relaxados com uma questão tão importante que se não seguida a sério pode
encurtar a vida de uma pessoa. Leiam com atenção cada item.
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Lácteos, carnes, peixes, ovos
e hortigranjeiros são
alimentos que, embora saudáveis trazem
riscos
(Foto: Félix Zucco/Agencia RBS)
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* O escândalo do leite com água, uréia e formol (substância que pode
causar câncer) que assustou consumidores e acordou as autoridades para a
necessidade de aperto na fiscalização também acendeu uma luz amarela na
segurança dos alimentos. Além da ameaça química, agentes biológicos como
bactérias também causam preocupações para quem faz refeições na rua, no
trabalho ou mesmo em casa. Por contaminação nas matérias-primas, refrigeração
inadequada, falta de higiene e outras diversas razões, crescem as notificações
de surtos das chamadas Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs) no país.
O que são DTAS
São doenças transmitidas pela ingestão de alimentos ou bebidas
contaminadas. Existem mais de 250 tipos de DTAs e a maioria são infecções
causadas por bactérias e suas toxinas, vírus e parasitas. Outras doenças são
envenenamentos causados por toxinas naturais (como cogumelos venenosos, toxinas
de algas ou peixes) ou por produtos químicos prejudiciais que contaminaram o
alimento (chumbo e agrotóxicos, por exemplo).
Fonte: Ministério da Saúde.
A nutricionista Semíramis Domene, diretora da Sociedade Brasileira da
Alimentação e Nutrição e professora da Universidade Federal de São Paulo,
aponta lácteos, carnes, pescados, ovos e hortigranjeiros como alimentos que,
embora saudáveis, trazem riscos. Para Semíramis, observar procedência, forma
como são manipulados e esterilizar produtos que podem conter bactérias são
formas de evitar desde mal-estar a doenças sérias.
Embutidos como salsichas,
salames e presuntos
Riscos: produzida
por um fungo, a toxina botulínica pode causar a paralisia de músculos e até a
morte por asfixia. Os industrializados costumam conter nitratos utilizados como
conservantes, para evitar a proliferação de micro-organismos. A formação de
compostos nitrosos no organismo pode causar câncer de fígado.
Como evitar problemas: não
consumir produtos crus, que devem ser cozidos por três minutos a 100ºC. Em
produtos coloniais, observar a procedência e se consta algum tipo de inspeção.
No caso de produtos industrializados, evite o consumo frequente.
Alimentos com muito sódio
Riscos: consumir
alimentos com excesso de sódio pode causar problemas de saúde como câncer de
estômago, hipertensão, acidentes vasculares cerebrais e complicações renais.
Está presente em produtos como comidas congeladas, pré-prontas, temperos
prontos, sopas instantâneas, refrigerantes diet e light e até na água mineral.
Como evitar problemas: diminuir
o consumo de produtos industrializados e trocar os temperos prontos pelos
naturais.
Pescados
Riscos: consumir
pescado que já tenha iniciado processo de deterioração e multiplicação de
micro-organismos ou então de animais extraídos de locais poluídos, com a
contaminação de metais pesados, por exemplo. Outros agentes, como parasitas,
podem causar doenças como a difilobotríase. Conhecida como a doença do peixe
cru, leva a desconforto abdominal, náuseas, vômitos e diarreia.
Como evitar problemas: para
diminuir a contaminação por agentes biológicos como bactérias, fungos ou
parasitas, deve-se prestar a atenção na aparência do peixe, observando se as
guelras têm a cor entre o rosado e o vermelho e se olhos ainda estão brilhantes
e saltados. Tentar saber também a procedência do pescado. No caso do peixe cru,
deve-se exigir laudo sanitário que comprove a segurança para o consumo.
Ovos
Riscos: infecção
por salmonela, bactéria que causa vômitos, náuseas, dor abdominal e diarreia e
pode levar à morte.
Como evitar problemas: na
hora da compra, rejeite ovos com a casca rachada e resíduos de fezes das aves.
Evitar consumir o ovo cru em receitas como de gemada e maionese caseira. O ovo
deve ser cozido por três minutos a 100ºC.
Verduras, frutas e legumes
Riscos: contaminação
por bactérias, como coliformes fecais, que podem causar náuseas, diarreia,
vômito e desidratação em crianças. Ingestão de altos níveis de agrotóxicos.
Como evitar problemas: para
alimentos que serão consumidos crus, a eliminação de bactérias pode ser feita
com a imersão em solução de uma colher de sopa de água sanitária – que contém
cloro – em um litro de água por 20 minutos. Mas depois é preciso lavar os
vegetais em água corrente novamente para retirar o cloro, que é tóxico. Se
ingerido, o cloro pode dar origem à cloramina, subproduto cancerígeno. A água
corrente também ajuda a remover agrotóxicos. Os alimentos que serão cozidos
podem ser apenas lavados para a remoção dos agrotóxicos. Se possível, compre
alimentos produzidos de forma orgânica.
Carnes
Riscos: o
consumo de produtos originários de animais que não são criados e abatidos em
condições adequadas pode levar à transmissão de doenças como tuberculose e
brucelose, conhecidas como zoonoses.
Como evitar problemas: cozinhar
a carne a uma temperatura que atinja pelo menos 75ºC no centro geométrico do
corte. Também é aconselhável não comprar o que não recebeu inspeção sanitária.
Se o produto for muito barato, pode ser de abatedouro clandestino.
Palmito
Riscos: botulismo,
doença causada por bactéria presente no solo que contamina alimentos em
conserva elaborados em condições ruins de higiene. Pode causar paralisia dos
músculos respiratórios, potencialmente fatal.
Como evitar problemas: ferver
o palmito a 100ºC por três minutos.
Leite e derivados
Riscos: proliferação
de micro-organismos por serem ricos em nutrientes e água.
Como evitar problemas: não
consuma leite cru. No supermercado, prefira marcas reconhecidas e fique atento
à integridade das embalagens e a validade. Nas indústrias, o leite passa por tratamento
térmico, como a pasteurização ou a esterilização.
* Reportagem lida na edição deste domingo do Diário Catarinense