sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Um milagre de fé e persistência: em apenas 3 meses, paranaense encontra doador compatível para transplante de medula


Sexta-feira, 09 de setembro de 2011.
Maria Julia deve fazer o transplante em outubro (Foto Rede Sul de Noticias)
A menina Maria Júlia Franciosi Gelinski, de 11 anos, conseguiu o que matematicamente parecia impossível. Ela encontrou um doador de medula óssea com 100% de compatibilidade depois de apenas três meses de campanha que mobilizou Guarapuava, região central do Paraná. O doador, que por lei tem que permanecer no anonimato, aceitou ajudar Maria Julia e o transplante já foi agendado para outubro de 2011.
A família, agradecida, deu entrevista coletiva nesta quinta-feira e falou desta primeira vitória.“Agradecemos em primeiro lugar a Deus e à solidariedade do guarapuavano. Foi um milagre de fé e de persistência”, disse a mãe Karen Franciosi Gelinski. Karen chegou ao local acompanhada pela filho e pelo diretor do Hemocentro Gidalthi Linhares. “Tenho muitas informações de mães que passaram e de outras que ainda enfrentam o mesmo problema e que ficaram ou estão há quatro anos aguardando um doador. Em cerca de três meses encontramos um compatível. É uma resposta de Deus”, afirmou a mãe. “É como se ela tivesse encontrado um irmão gêmeo gerado em outra barriga”, compara Karen.
Luta
A luta de Maria Julia contra um câncer linfático começou há um ano, no dia 4 de agosto de 2010. No dia 2 de setembro, a menina começou o tratamento quimioterápico. De la para cá, a persistência da mãe em encontrar um doador não teve limites. “Eu nunca aceitei quando médicos diziam que o caso da minha filha era gravíssimo, ou quando minha mãe disse que era pra eu desistir ou quando informações diziam que ficaria anos na fila à espera de um doador. Eu respondia: com a minha filha não vai ser assim. Confesso que cheguei a desistir de Deus, mas no momento em que me ajoelhei numa capela de hospital, me entreguei e me propus a ajudar a salvar outras vidas, a resposta veio de forma imediata. É uma resposta divina”, acredita. 
O anúncio de que entre as pessoas cadastradas no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) e no Registro de Receptadores de Medula Óssea (Rereme) havia um compatível com a menina foi dado à Karen no Hospital das Clínicas em Curitiba há cerca de 15 dias. “Quando recebi a notícia, por acaso, pois estava em busca de novas informações, não tive reação. A ficha só caiu quando entrei no carro e as frases da funcionária do HC de que haviam encontrado um doador com 100% de compatibilidade ficaram na minha cabeça”, diz Karen.  Hoje, Maria Julia e a família estão conscientes do que os espera pela frente. “Não tenho medo do transplante. Tenho medo de ficar no hospital durante um mês. Quando fazia quimioterapia ficava cinco dias e já era muito ruim”, confessa a menina. Revelando que tão logo seja curada vai investir na carreira de modelo, um sonho acalentado há anos. Depois do transplante a rotina da família será voltada à recuperação de Maria Julia. “Ela deve ficar um mês no hospital, um ano sem ir à escola e somente depois de cinco anos estará totalmente liberada de qualquer tratamento”, diz a mãe.
A importância da campanha
A campanha realizada em Guarapuava e em Laranjeiras do Sul para encontrar um doador compatível para o transplante que vai salvar a vida da menina Maria Julia, conseguiu um aumento de 50% no número de doações de medula óssea em apenas três meses em relação aos últimos seis anos. A informação foi repassada pela direção do Hemocentro de Guarapuava. “Entre 2005 e 2011, período em que o Hemocentro iniciou a coleta de sangue visando a doação de medula óssea foram feitos 5.797 cadastros de doadores. Agora em três meses registramos cerca de 3 mil doadores”, afirma o diretor do Hemocentro em Guarapuava, Gidalti Linhares. De acordo com Gidalti, a meta agora é chegar a 18 mil doadores, o equivalente a 10% da população de Guarapuava. (Rede Sul de Noticias)

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