sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Preconceito despropositado admoesta Oil Man, personagem das ruas de Curitiba

Sexta-feira, 20 de janeiro de 2012.
Oil Man: estilo despojado, mas saúdável!
Um fato me chamou a atenção hoje. Não pelo personagem em si, mas pela reação que ele ocasionou. Acho que todo mundo já ouviu falar de um conhecido personagem das ruas curitibanas: o Oil Man. Aquele homem que passa óleo no corpo e anda de bicicleta só de sunga pelas ruas da cidade. Sim, aquela sunga que os homens usam para nadar em piscina ou quando estão no mar ou ainda em um rio, se refrescando. Cada pessoa tem uma mania. E esta é inofensiva, tanto que o cidadão se tornou personagem das ruas da cidade já há alguns anos. Mas como em cada cabeça há uma sentença, alguns infelizes hoje resolveram admoestar o nosso Oil Man com a aquela hipócrita alegação da moral e dos bons costumes. Tem tanta coisa mais importante para se preocupar e se ocupar. Preconceito barato e despropositado tem hora. Deixe o Oil Man em paz, gente! Ele é nosso. Já faz parte dos personagens “inusitados” de Curitiba, mas que nunca fez mal a ninguém e pratica uma atividade absolutamente saudável: andar de bicicleta. Dizer que ele afronta a dignidade das famílias paranaenses é um exagero típico dos hipócritas!
A notícia
Oil Man se envolve em confusão com pedestre na Boca Maldita
Quem passava pela região da Boca Maldita, na rua XV de Novembro, no centro de Curitiba, na tarde desta sexta-feira (20), verificou uma situação inusitada. Por volta das 15h, o Oil Man, famoso personagem das ruas da capital, se envolveu numa confusão com um pedestre que não gostou de vê-lo só de sunga e bicicleta. Segundo testemunhas, por pouco não aconteceu agressão física. A reportagem da Banda B conversou com Wilson, um dos envolvidos no episódio. “É uma situação mal fadada envolvendo este cidadão que afronta a dignidade das famílias paranaenses”, iniciou Wilson. Segundo ele, a agressão verbal começou após um “pai de família” ter chamado a atenção do Oil Man. “Ele não gostou e proferiu ofensas a este senhor. Achei errado e fui tirar satisfações”, finalizou. Vários curiosos acompanharam de perto o burburinho no tradicional ponto curitibano. A reportagem da Banda B até tentou ouvir o Oil Man, mas ele não estava mais presente no local. (Banda B)

3 comentários:

Não sou de Curitiba mas vivo aqui ha muitos anos. A maioria das pessoas desta cidade têm um modo muito particular de se relacionar: não se relacionam. O contato humano com vizinhos, desconhecidos, pessoas do quotidiano é muito estranha. Passam anos sem mal cumprimentar um vizinho ou colega, muito menos pessoas contumazes. Em filas ou consultórios ouve-se moscas voarem tamanho é o silêncio. Em supermercados dificilmente há uma troca de opiniões sobre ingredientes ou jogar conversa fora na fila... Qualquer contato dá entender ao "intruso" que está avançando um sinal. Sorrir, puxar assunto, até indo a uma apresentação musical - poucos seguem o rítmo ou demonstram inteiração com a apresentação. Bulling aqui é considerado uma qualidade e não um problema. Enfim, nem sei como o Oil Man conseguiu sobreviver nesta cidade até o presente momento com integridade física, pois com desprezo, tenho certeza que sim. Talvez tenha sido até esse desprezo que o tenha mantido vivo e meio desapercebido pois o que mais o povo de Curitiba sabe fazer é isso: desprezar, ignorar. Uma linda cidade, um bom lugar pra trabalhar e se manter isolado, ainda que no meio da multidão. Eu lamento pelo Oil Man e por todos os que não seguem a estreita cartilha de possibilidades de comportamento que em Curitiba se permite. Realmente: complicado.

Só uma ressalva ao texto: o OilMan não anda de bicicleta, hehehe.

Pelo menos eu nunca o vi andando de bicicleta... só empurrando a bicicleta.


Afora isso, deixem o homem andar em paz com a sunguinha e o óleo1

Andar na XV aos sábados e não ver o OilMan; os palhaços na frente do Bondinho; aquele senhor que canta e toca uma cítara sem cordas; o cachorro de três patas; os bolivianos tocando flauta; os profetas evangélicos etc. dá sensação de dever não cumprido.

DEIXEM O HOMEM ÓLEO EM PAZ!

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