Segunda-feira, 02 de
fevereiro de 2015.
"A consciência dos limites humanos e da sua efemeridade liberta a pessoa das amarras do pretenso e arrogante desejo do exercício de poder sobre o seu semelhante" JoYa |
Percebo o ser humano muito subserviente ao poder e à
grandeza que esta sensação impõe, mais pelos que se apequenam diante dele do
que propriamente por quem o exerce. O único peso que se dá a quem exerce algum
tipo de poder e é elevado à condição de grandeza a quem a ele se submete é a
forma como conscientemente o interpreta, pois o mal da grandeza é quando ela
separa a consciência do poder. A efemeridade humana põe por terra toda falsa
sensação de grandeza e insuperabilidade. O psiquiatra e psicoterapeuta suíço e
fundador da psicologia analítica, Carl Gustav Jung definia bem esta situação
quando lembrava aos seus pacientes e/ou em suas palestras que “onde
o amor impera não há desejo de poder e onde o poder predomina há falta de amor.
Um é a sombra do outro”, lembrava Carl. Daí, a fundamental importância
desta consciência se submeter tão e unicamente ao sentimento de amor, este sim
que nos eleva a verdadeira posição de grandeza. Sobre este assunto, Fernando
Pessoa nos deixou uma definição que explica muito bem o que seja o verdadeiro
poder. Para este sensível e inteligente português, “a
renúncia é a libertação pontual, pois não querer é que é poder”. É quando não nos submetemos a
algo mais grandioso do que a nossa própria consciência. Portanto, meu amigo, minha amiga, jamais esqueçam
que a consciência dos limites humanos e da sua efemeridade é que libertam uma
pessoa das amarras do pretenso e arrogante desejo do exercício de poder sobre o
seu semelhante. E só consegue chegar a esta consciência aquela pessoa que
investe em sua imensurável capacidade de amar. JoYa
0 comentários:
Postar um comentário