Domingo, 05 de junho
de 2016.
Dois adultos são flagrados
pegando cerveja do Boteco do Seo Joaquim. Um deles é desconhecido e o outro
filho do Juca, melhor amigo do Joaquim. Para o primeiro, foi chamado a polícia.
Furtar é crime. O cidadão vai responder pelo erro que cometeu. Para o segundo,
Joaquim chamou Juca e entregou o caso ao amigo, que pagou pela cerveja e foi se
ver depois com o filho. No primeiro caso, a ação se sustentou na lei, portanto
dentro da legalidade. No segundo, a omissão de Joaquim se sustentou na amizade
que legitimou a solução. Não legal, mas legítima. Legitimidade não tem nada a
ver com legalidade. O ato dos dois foi ilegal, mas no segundo caso, o do filho
do amigo, a Justiça não foi provocada com a não formulação da denúncia. Temos
muito disso na sociedade. Na vida. Principalmente na política, onde,
infelizmente para a realidade brasileira os fins têm justificado os meios,
mesmo ilegais, porém legitimados por interesses que podem se inspirar em tudo,
menos na lei e com a omissão de quem tem a responsabilidade, em ultiima
instância, de aplicá-la. Somos um país onde o faz de conta legitima as ações
onde o poder, na verdade, é o que conta. Somos um país de Joaquins e de Jucas.
JoYa
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