segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Paraná Educativa virou rtvepr, uma TV no Paraná e não, do Paraná!



Basta ligar o canal 9 hoje para perceber a gravidade das ações da atual direção da emissora. Orientada “por ordens superiores”, a diretoria fez uma retirada gradual de programas, apresentadores e produtores. Nada que chamasse a atenção, que enfim, passasse despercebida. Acontece que não estamos desapercebidos. É só ligar o canal 9 para assistirmos aos programas da Rede Brasil. A antiga programação com identidade paranaense foi retirada do ar, sem dó, nem piedade.
Mas, hoje, passados os momentos de susto e revolta, conservo o de indignação. Fico pasmo em ver como as coisas aconteceram e ninguém fala nada. Até agora não vi um comentário sequer, a favor ou contra, do que fizeram com a programação e os funcionários da TV Pública do Paraná. Nenhum comentário. Nenhuma crítica. Nenhum lamento. Essa passividade, essa omissão chocam mais do que a ação de desmonte praticada pelos fisiológicos de ocasião. E o Sindicato dos Jornalistas? E o Ministério Público do Trabalho? E a imprensa?
Paranaenses, vocês não conseguem dimensionar o crime que cometeram contra a TV Pública do Paraná. Foram oito anos de investimentos públicos e trabalho profissional para maturar a emissora e sua grade de programação. Se não era perfeita, no mínimo atendia a proposta de discutir problemas e soluções de questões ligadas diretamente ao interesse do conjunto da população. Aos poucos, a Paraná Educativa foi conquistando a audiência dos telespectadores interessados nos assuntos discutidos. Assim acontecia com o “Programa da Meire Nogueira” quando ela chamava médicos, advogados, músicos, artistas plásticos, entre outros, para tratarem de assuntos de suas especialidades.   O Programa “Fórum Social pela Alfabetização” trazia pessoas envolvidas com o Programa Paraná Alfabetizado, da Secretaria de Educação do Paraná, expondo e divulgando o trabalho que buscava resgatar uma dívida social: a alfabetização de milhões de trabalhadores rurais e outras pessoas que não tiveram acesso ao ensino, em um passado não muito distante.  O “Com a Palavra” que chamava diariamente pessoas de notório saber da comunidade para discutir assuntos pontuais da vida social. O “Mundo do Trabalho, que debatia a luta e os desafios das classes trabalhadoras por condições mais dignas de trabalho. O Programa “Wilhan e Renan” que mostrava ao Brasil a qualidade da boa música regional paranaense.  Isto sem contar com o “Enfoque”,  que dava destaque para atrações artísticas e culturais de Curitiba e do Estado. O “Jornal da Educativa”, que em suas duas edições, mostrava um jornalismo de qualidade, registrando os fatos do dia-a-dia do Paraná e de Curitiba. O programa “Esporte Educativa” que divulgava e discutia o futebol profissional e o esporte amador. No Jornal da Educativa o telespectador tinha a oportunidade de assistir a reportagens mais completas porque o espaço de um canal público possibilita esta amostragem.  Enfim, tudo isto foi apagado. Perde o Paraná e o cidadão. Hoje ligamos o canal 9 e assistimos a programas de Brasília, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Porto Alegre, de Belo Horizonte. A presença paranaense é quase zero. A Paraná Educativa virou RTVE,  com uma programação sem a identidade paranaense. Uma TV no Paraná e não do Paraná. É uma pena!

1 comentários:

O Requião já lamentou a situação da RTVE pelo Twitter na semana passada. E eu lamento a perda de ótimos profissionais que nada tem a ver com a mudança política instaurada na TV.

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