Sábado, 31 de dezembro de 2011.
O primeiro ano de Dilma Rousseff, como previsto, não disse a que veio. Imagino que os membros do governo durmam bem, cientes de que o índice de popularidade espelha o do emprego, como as últimas pesquisas comprovaram. A arrecadação continua subindo, apesar da desaceleração produtiva, e o investimento estrangeiro especulativo quase cobre o déficit gerado pelas importações. Logo, sendo pequenos os riscos políticos e econômicos a curto prazo, eles apostam na força inercial da cultura brasileira. E não fazem nada: nenhum programa eficiente, nenhuma reforma estrutural, nada.
Já a realidade cotidiana, que não necessariamente aparece nas intenções de voto (por que o eleitor vai trocar seis por meia dúzia, se as coisas não estão tão ruins e os políticos parecem todos iguais?), é sofrida. O custo de vida beira o absurdo. A arquitetura dos sistemas institucionais é mais desumana que a de Niemeyer, como se vê no corporativismo do Judiciário e no racismo das polícias. A insegurança e a habitação têm índices calamitosos. A corrupção corrói o dinheiro e o espírito público, impune como sempre (qual dos ministros demitidos por pressão pública serão de fato julgados e condenados?). Etc. Mas o brasileiro não desiste nunca… E nem protesta. (Daniel Piza)
* Minha forma de homenagear este grande jornalista e escritor que, prematuramente nos deixa. Piza morreu nesta madrugada, vítima de um AVC, quando visitava seu pai e demais parentes em Belo Horizonte, onde passaria o réveillon. O conteúdo dos comentários de Daniel era pontual e buscava à reflexão das pessoas em torno da realidade de seu país. Sua crítica era sempre bem fundamentada e sua visão, absolutamente patriótica. Perde o Brasil um grande jornalista e escritor. Que Deus o tenha, grande colega. As saudades serão imensas.
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