Segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012.
Já estava para desligar o computador e ir dormir, mas um sentimento me fez interromper o que estava fazendo e me mandou de novo para o teclado. Atendi ao sentimento e estou aqui esperando a inspiração do que escrever. Bem, já que o assunto não formatou ainda vou relatar sobre uma experiência maravilhosa que tive certa vez no caixa de um supermercado. Havia me batizado fazia alguns dias (isto aconteceu há 16 anos) e achava que Deus tinha me convocado para ser pregador de sua Obra, afinal de contas falar em público é comigo mesmo. Desde criancinha sempre fui desinibido quanto a falar para as pessoas, não importava a quantidade, se uma ou cem, nunca me importei com isso. Era só dominar um assunto e lá ia eu. Fui orador do Grupo Escolar, do Ginásio e da Faculdade. Bem, no mercado acompanhei a conversa de uma moça com a funcionária do caixa. Perguntada sobre como tinha sido o final de semana, a cliente, sua amiga respondeu que não foi como esperava. Relatou que o rapaz com quem havia saído em vez de levá-la a uma balada preferiu ir a uma Igreja e depois do culto foram à casa de amigos do acompanhante, onde jantaram e ficaram tocando e cantando hinos até por volta da meia noite, quando cada um foi para sua casa. “Nossa, mas que programa de índio”, disse a colega aos sorrisos. “Pois é”, disse a acompanhante frustrada. Eu, recém batizado me achei no direito de intervir na conversa das duas e perguntei para a jovem que havia saído com o acompanhante religioso: “por um acaso o rapaz com quem você saiu desrespeitou você em algum momento. Você se sentiu desrespeitada pelos colegas dele”, perguntei. Ela disse que não, ao contrário, foram muito gentis. “O culto estava chato?” “Não”, respondeu ela. “Bem, então o jantar não estava bom?”. “Também não, ao contrário, estava uma delícia”, continuava ela a me responder. "Os hinos então eram uma chatice?" “Até que não, é que não estou acostumada com esse tipo de música”, prosseguia a jovem, educadamente a responder. “E, depois, seu acompanhante a levou em segurança e com respeito até a porta de sua casa”, perguntei. “Sim”, respondeu a jovem. “Então você depois de tudo que me relatou ainda achou que o programa foi de índio como disse a sua colega”, novamente perguntei. “Credo tio, parece que o senhor é um pastor”, disse ela um pouco irritada. “Não, não sou não”, terminei a conversa um pouco frustrado. Nos momentos seguintes um silêncio. Pensei: "Oh Deus põe uma palavra mágica em minha boca para tentar chegar ao coração dessas jovens!" Logo em seguida quando já era a minha vez de passar as mercadorias (a mocinha ficou um pouco ao lado para arrumar os seus pacotes no carrinho) quando chegou um homem e pediu que eu completasse a quantia que ele tinha para comprar uma lata de leite Ninho, recomendação do médico do “postinho” para sua filhinha de apenas uma semana que não havia aceitado o leite comum, pois o do seio de sua esposa havia secado. Ele tinha apenas um real e o leite custava 2,80. Imediatamente peguei duas latas de Nanon (leite mais recomendado para criancinhas naquela faixa de idade). Mas aquele senhor disse que o médico preferiu receitar o Ninho por ser mais em conta e compatível com as condições financeiras do pai. Bem, retornei ao balcão e trouxe 5 latas de Ninho e entreguei a ele e mandei registrar na minha conta. Ele me deu a moeda de um real (ou a moeda da época, não lembro) e eu disse que não, que ele poderia ficar com ela para pagar a passagem de ônibus e levar o leite mais rápido ao seu filho (a passagem custava 0,80). Bem, depois desta cena relatada e que não durou mais do que dois minutos, voltei-me para a moça do caixa e foi então que recebi o grande recado de Deus em minha vida, através do Espírito Santo: as duas jovens estavam me olhando com admiração e uma delas me disse: “Tio, agora compreendi o que o senhor estava tentando me dizer. Puxa que lindo o que nós acabamos de ver aqui!”
Pude compreender através desta experiência que minha missão, depois de receber a Graça de pelo menos entender a grandiosidade da Palavra de Deus e de aceitá-la como indicadora do caminho a seguir nesta vida, nada mais era do que dar o bom testemunho. É isso que Deus quer de todos. Não esperar “palavras mágicas” como havia pedido e sim falar menos e agir mais. A partir de então é com isso que tenho me preocupado. Dar o bom testemunho. Reconheço que não é fácil, pois a natureza humana muitas vezes nos faz escravos do mundo e da matéria, mas a luta é para ser vencida e as armas dadas por Deus são poderosas. Só é preciso crer e exercitar no dia a dia. E nunca se esquecer que vale muito mais um simples gesto de carinho, amor e consideração pelas pessoas, pelos animais e pela natureza como um todo, do que uma oratória exibicionista. Bem era isso. Boa Noite, meus amigos!
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