segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Quando a ignorância abunda

Segunda-feira, 06 de fevereiro de 2012.

Intervenção de soldados do Exército, medida paliativa e que
não resolve a questão de forma ideal e definitiva

(Foto Carla Ornelas)
Aí é tiro para todo lado. E não é somente de bala, não! Na verdade, a origem do problema, que não é só baiano, é resultado do descaso com que os governos em geral lidam com os salários e as condições de trabalho de três setores essenciais à população: educação (professores), saúde (médicos e agentes especializados) e segurança, no caso os policiais, de qualquer patente. Sai ano entra ano, sai governo entra governo e a desculpa sempre é a mesma: não há recursos para atender à demanda de reivindicações dessas categorias. Não é possível que esses três setores não sejam contemplados com um plano de carreira e salários compatível com a importância de suas funções para com a sociedade. Os orçamentos devem e precisam contemplar os recursos necessários para absorver os ajustes pleiteados. Isso é possível. É uma questão de dotação de recursos prévios para áreas estratégicas. A população que paga seus impostos merece ter a seu serviço, profissionais bem remunerados, motivados e comprometidos em condições de dar uma contrapartida à altura da expectativa. Não é possível exigir por exemplo de um policial, que arrisque a vida e o futuro de sua família por uma merreca. É preciso vergonha na cara. Mas não é só isso, não! É preciso comprometimento dos que têm o poder nas mãos e repensar seriamente os investimentos nessas três áreas fundamentais à população. Vamos deixar a hipocrisia de lado e definitivamente reservar recursos no orçamento que contemplem políticas salariais compatíveis com a expectativa de população e profissionais. Se a greve de policiais militares é grave, mais grave ainda é o motivo que fez com que esses valorosos profissionais chegassem a ela. O descontentamento é geral, pois o problema é endêmico! A ignorância abunda e não é só na Bahia, não, minha gente! Não vai ter carnaval que faça essa situação melhorar. É preciso, repito credibilidade e comprometimento. Sem isso, podem esquecer: o problema vai continuar e a população, mais uma vez, pagando a conta e o pato!
Notícia que motivou o comentário:

Greve da PM gera crise na Bahia e deixa saldo de 94 mortos
A duas semanas do carnaval, a Bahia sofreu nesta segunda-feira (6) pelo sexto dia seguido uma crise gerada pela greve de policiais militares que tem sido marcada por um grande número de homicídios no período, 94 desde a última terça-feira.  Mais de 3 mil tropas federais foram mobilizadas para tentar sufocar o protesto e garantir a segurança da população e dos milhares de turistas esperados para passar o carnaval no estado. Os grevistas ocuparam a sede da Assembleia Legislativa e o local foi cercado por 1.000 homens do Exército, que entraram em confronto com manifestantes que tentaram entrar no local nesta segunda. Membros das Forças Armadas usaram balas de borracha e bombas de gás para dispersar os manifestantes, que queriam se juntar a cerca de 200 policiais militares e seus familiares que ocuparam a assembléia estadual. O governo do estado diz que está negociando com os grevistas, que, liderados pela Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), pedem reajuste salarial, aumento das gratificações e anistia aos participantes da paralisação. A greve, de acordo com estimativas da Polícia Militar do estado, atingiu cerca de 20 por cento da força de 31 mil homens. Segundo o secretário, a administração do governador Jacques Wagner (PT) já ofereceu reajuste salarial de 6,5 por cento retroativo a 1o de janeiro e está aberta a negociar as gratificações. Uma anistia, no entanto, está descartada. O governo argumenta que, como a Justiça da Bahia emitiu 12 mandatos de prisão contra líderes do movimento, Wagner não tem como anistiar os grevistas.

Turismo

A crise na segurança do estado ameaça prejudicar o setor turístico antes do carnaval. O Departamento de Estado dos Estados Unidos emitiu um alerta a seus cidadãos em que os aconselha a reconsiderarem quaisquer viagens não-essenciais ao Estado até que a situação de segurança se estabilize. (Agencia Estado)

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