terça-feira, 2 de julho de 2013

Politização, a única saída

Terça-feira, 2 de julho de 2013.

A estratégia de enfraquecer o adversário é conhecida.
Resta saber se haverá até 2014, gás suficiente 
para 
enfrentamento
Percebo mobilização oportuna de protesto aos atuais detentores do poder em Brasilia. Afinal as eleições são já no ano que vem. O pega inicial focado na mobilidade urbana se reforçou, pela data, aos gastos determinados pelo compromisso assumido com a Fifa para a realização dos eventos Copa, já conhecidos. Daí, a pauta de sempre emerge para dar força aos protestos: o combate à corrupção, há muito endêmica. Penso que este foi o caminho delineado na estratégia daqueles que se preparam para o embate de mais uma eleição majoritária. Depois da movimentação seguida de tumultos com foco presencial, sai a providencial pesquisa, documento necessário para a estratégia do discurso oposicionista, não importa de qual corrente contrária. Parece enredo decorado e ensaiado à exaustão na história da política brasileira. Até aí, nenhum fato novo que assombre os distraídos e incautos. É desse jeito mesmo. Só que o abacaxi a ser descascado por aqueles que almejam o poder está exatamente na identidade do personagem principal. Aquele que vai mostrar a cara pra bater e sair com força suficiente para enfrentar o oponente, mesmo que seja no segundo round. As pesquisas divulgadas indicam que a presidenta cai, embora com reservas, pois dantes sua popularidade tinha gordura para queimar. Mas, mesmo com a vertiginosa queda, os opositores não têm garantia, nem segurança de vitória, por um único motivo: não possuem um nome convincente para fazer frente ao ex e a atual chefe do Planalto. O mineiro não decola e o paulista não empolga, embora seja o que mais desponta nas mais recentes pesquisas. A estratégia de enfraquecer o adversário é conhecida. Resta saber se há gás suficiente para o enfrentamento. Hoje, reconhecem as pesquisas, não há. O país carece na atualidade de uma força político-partidária que se apresente como alternativa para renovação. E dela, alguém com credibilidade representativa dos milhões de insatisfeitos que, ou vão às ruas, ou apoiam essas mobilizações. A politização da maioria é a única saída que vislumbro. Mas, isso não se forja da noite para o dia, pois demanda tempo. E será neste desafio que os cidadãos intelectualmente responsáveis deste país devem pontuar suas ações. O golpe certeiro ao discurso hipócrita, tanto da situação, quanto da oposição só ocorrerá quando o eleitorado for politizado. É a única saída.

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