A diferença entre chefe e líder

Segunda-feira, 19 de de agosto de 2013.

O Papa ficou-me gravado nesta foto e espero que esta imagem
sirva para me situar no resto da minha vida"

"O Papa Francisco celebra uma missa onde os convidados são os jardineiros e o pessoal de limpeza do Vaticano. Num determinado momento da celebração ele pede a todos que orem em silêncio, cada um pelo que o seu coração deseja. Nesse instante, ele se levanta e vai sentar-se numa das últimas cadeiras para fazer a sua própria oração. A intenção do gesto é de que todos se centrem em Jesus Cristo crucificado que está ali presente e não a ele, o seu chefe, que não é mais que um homem que falhou e continuará a falhar e a quem hoje todos chamam de "Papa Francisco". 

Reflexão do gesto

* A famosa diferença entre chefe e líder é absoluta neste exemplo que a foto estampa. O chefe sempre se coloca à frente para que todos o vejam com respeito do cargo que ostenta e lhe obedeçam. Já o verdadeiro líder sabe quando se deve sentar atrás, não incomoda, acompanha, facilita o caminho para que os outros consigam os seus propósitos; o líder é capaz de desaparecer no momento oportuno, para que os seus companheiros cresçam e se centrem no que é verdadeiramente importante. O líder não teme perder o seu lugar. Na foto, o admirável Francisco está de costas. Ele sabe que muitos o queriam ver de frente, mas neste instante tão íntimo, ele prefere ficar de costas para os fotógrafos e dar importância prima a esse Deus de todos. Para o Papa, Deus que não diferencia o abraço nem dá mais por um ou por outro, ambos são pecadores e ambos precisam d’Ele.

Questionamentos reflexivos

1 - Quantos chefes terão a capacidade de ir sentar-se naquela cadeira de trás?
2 - Quando é que mães e pais terão que “celebrar” essa cerimônia chamada vida com os seus filhos e num momento oportuno serem capazes de sentarem-se atrás, para que eles fiquem de frente para a sua missão?
3 - Quantos poderemos voltar as costas aos aplausos, aos “clicks”, aos elogios, para dar a cara, num momento íntimo, a essa oração profunda que torna o nosso coração despido de orgulho, a um Deus que deseja com fervor escutar-nos?

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