"Observadores indicam que cerca de metade dos
bens cruciais para a felicidade humana não tem preço de mercado nem pode ser
adquirida em lojas. Qualquer que seja a sua condição em matéria de
dinheiro e crédito, você não vai encontrar num shopping o amor e a amizade, os
prazeres da vida doméstica, a satisfação que vem de cuidar dos entes queridos
ou de ajudar um vizinho em dificuldade, a autoestima proveniente do trabalho
bem-feito, a satisfação do “instinto de artífice” comum a todos nós, o
reconhecimento, a simpatia e o respeito dos colegas de trabalho e outras
pessoas a quem nos associamos; você não encontrará lá proteção contra as
ameaças de desrespeito, desprezo, afronta e humilhação. Além disso, ganhar
bastante dinheiro para adquirir esses bens que só podem ser obtidos em lojas é
um ônus pesado sobre o tempo e a energia disponíveis para obter e usufruir bens
não-comerciais e não-negociáveis como os que citamos acima. Pode facilmente
ocorrer, e frequentemente ocorre, de as perdas excederem os ganhos e de a
capacidade da renda ampliada para gerar felicidade ser superada pela
infelicidade causada pela redução do acesso aos bens que 'o dinheiro não pode
comprar'."
Um capítulo de "A arte da vida", de #Bauman,
para enriquecer o fim de semana:bit.ly/ArteVida Boa leitura!
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