Quinta-feira, 1° de março de 2012.
Objetivo da medida do governo é desestimular a entrada de capital de curto prazo no país e com isso segurar a valorização do real |
O governo decidiu taxar em 6% os empréstimos feitos no exterior que tenham prazo inferior a três anos. A alíquota, que já era cobrada em operações inferiores a dois anos, será aplicada nos empréstimos contratados a partir de 1º de março de 2012. O objetivo da medida é desestimular a entrada de capital de curto prazo no país e com isso segurar a valorização do real. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, hoje há uma grande sobra de liquidez no mercado internacional já que os países avançados estão reduzindo juros e aumentando o crédito que acaba sendo captado e aplicado pelo mercado financeiro nos países emergentes mais sólidos como o Brasil.
"Várias empresas brasileiras estão tomando crédito no exterior porque está barato, então, se as empresas não quiserem pagar o tributo, é só tomar um crédito de longo prazo, que é mais seguro. Se quiser pegar um empréstimo no curto prazo para especular e fazer operações financeiras então vai pagar o IOF [Imposto sobre Operações Financeiras]", afirmou Mantega.
No ano, a perda de valor do dólar em relação ao real foi de 7,97%, uma das mais altas do mercado mundial. Ontem, o dólar fechou em alta de 1,24%, cotado a R$ 1,72, reduzindo um pouco sua desvalorização ante o real para 1,55% em fevereiro. A desvalorização do dólar nas últimas semanas, segundo Mantega, é ruim para economia brasileira pois diminuiu a competitividade das empresas brasileiras fazendo com que as exportações fiquem mais caras e os produtos importados que entram no país fiquem mais baratos gerando uma "competição desleal". "O governo não ficara assistindo impassível essa guerra cambial, temos que nos defender", afirmou o ministro. Mantega negou, porém, que o governo estude taxar investimentos no setor produtivo e aplicações na Bolsa.(Folha Online)
0 comentários:
Postar um comentário