Terça-feira, 25 de junho de 2013.
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O povo vai às ruas por mudanças estruturais na maneira
de se fazer política |
Percebo que as manifestações realizadas por milhares de brasileiros que se dispuseram a ir às ruas e sair do comodismo (críticos de sofá) têm sido usadas por oportunistas de ocasião. Algumas figuras carimbadas pela representatividade inequívoca do capital que outrora lhes financiou a campanha começam a expor na mídia suas opiniões. Essas confundem o grito por mudanças nas ruas com críticas apenas focadas no poder atualmente instituído. Nessa história não tem santo. E lhes afirmo: É o sistema que está corrompido, não este ou aquele político ou partido, apenas. É preciso uma limpeza geral na forma se se fazer campanhas políticas. Qualquer que fosse o partido que porventura ocupasse a presidência, o governo dos estados ou as prefeituras municipais sofreria a mesma crítica, pois o resultado do que se vive hoje foi forjado por décadas de desmandos. Os que assumem pegam o bonde andando, já comprometidos com àqueles que se dispõem a financiar suas campanhas. Isso ocorre em todos os níveis, desde os municípios, passando pelos Estados até chegar ao Planalto. Fiquem certo os senhores que me leem de que cometem um equívoco tremendo se focarem as mudanças em apenas as substituições de pessoas e partidos. Há que mudar o jeito de fazer política. Isso não deve ser apenas uma retórica de campanha. É muito mais profundo e sério. A politização dos eleitores deve levá-los a se engajar em partidos que efetivamente os representem. Da sua ideologia devem ser escolhidos os representantes para concorrer aos cargos necessários para gerir a máquina pública. Repito: o que o Brasil precisa hoje e esse é o principal recado daqueles que tiveram a dignidade de ir às ruas reivindicar é a mudança estrutural de se fazer política. Daí o cuidado que se precisa ter com os oportunistas, aqueles que aparecem para inverter a ordem e o significado dos protestos jogando a culpa de séculos de corrupção nos atuais detentores do poder. Até agora a única manifestação que me sensibilizou foi a do sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Apesar das restrições que tenho com algumas decisões tomadas em seu segundo mandato, entre eles a questão polêmica da Vale do Rio Doce, vi na postura desse excelente sociólogo a dignidade de um grande brasileiro. Exceção à regra que apresenta santos do pau oco tentando pousar de paladinos da honestidade, quando são na verdade verdadeiros picaretas e maiores representantes daquilo que se entende por corrupção endêmica da política brasileira. JYF
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