Sábado, 20 de setembro de 2014.
Daqui a duas semanas a população brasileira vai às urnas para eleger presidente, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais. Será a oportunidade de manter aqueles que estão cumprindo com sua obrigação representativa e substituir os que não atenderam a expectativa dos eleitores. Penso que a renovação na representatividade política é essencial para a consolidação da democracia. Este sistema precisa que os eleitos cumpram com a expectativa dos eleitores. O equilíbrio da sociedade precisa disto. Respeito as decisões da maioria, embora muitas vezes não concorde, me decepcione até. Mas, fazer o quê. A esperança, mesmo que não viva para ver isto, é de que, um dia, o eleitor entenda a importância de suas escolhas e se esmere para não só escolher bem, mas participar ativamente da vida política de seu país, estado e município. Hoje, há duas semanas das eleições vejo um exemplo disso que estou escrevendo. Minha cunhada Christiane Yared. Outrora uma mãe, esposa e empresária ocupada com suas responsabilidades, que não eram poucas. Quis o destino que uma tragédia batesse bem forte às portas de seu coração. O fato a abalou profundamente. Sofreu e sofreu muito. Foram noites e dias, dias e noites terríveis pelo baque da perda de seu filho, de uma forma atroz, que ninguém desejaria até ao seu pior inimigo. Passado aquele momento de dor suprema, pela sua eloquência, pela forma lúcida com que reivindicava justiça para seu filho, Christiane começava, mesmo sem perceber, falar aquilo que as pessoas sentiam, mas não tinham coragem de falar, ou capacidade de se expressar. Começou a ser notada. Começou a ser ouvida. Começou a ser procurada por gente que, assim como aconteceu com ela, sofria a dor da perda em ocorrências fatídicas no trânsito de ruas e estradas deste país. Os anos passaram. Já há mais de cinco anos que não convive com seu filho, Gilmar Rafael Yared, mas de lá para cá esta lacuna começou a ser substituída por uma missão que naturalmente lhe foi outorgada pelo destino: a de falar pelos que emudecem, a de lutar pelos que, tímidos, se acham incapazes, a de interpor diante daqueles que tinham por missão, mas se omitiram. O foco principal desta mobilização é a busca de uma legislação que atenda as reais necessidade de um trânsito mais seguro a todos. Todos os dias, os sobreviventes assistem desconhecidos perecerem nas ocorrências do trânsito. Todos os dias, a sociedade atônita, sepulta seus entes queridos e a partir deste fato começa a entender a importância da bandeira levantada pela Christiane: a impunidade daqueles que deveriam ser efetivamente chamados à responsabilidade, mas não são. Esta sensação de impunidade tem levado mais e mais pessoas ao luto. A troca do luto pela luta tem sido a bandeira desta guerreira. Torço de coração que Christiane consiga chegar à razão e à escolha do numero necessário de eleitores para que possa representar a todos no Congresso Nacional, lugar apropriado para que sejam criadas medidas concretas no intento de um trânsito mais seguro e menos cruel. Por isso, entre os importantes cargos que concorrem nestas eleições, a de deputada federal eu já escolhi. Espero que, assim como eu, você também dê um voto de confiança à Christiane Yared. Ao número 1900. JoYa
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