quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Hoje seria o dia

Quinta-feira, 21 de janeiro de 2016.
Dá para acreditar ser o resultado de uma colisão em via urbana?
Na ânsia por Justiça muita gente achava que hoje seria o dia. Eu também achava, confiava, esperava pela resposta do Estado à morte de duas pessoas no trânsito de Curitiba. Não foram as únicas mortes nem serão. Muitos morreram antes e depois deste acontecimento. Mas, qual a razão de milhares de pessoas darem atenção especial especificamente a este acontecimento? Penso que pela forma diferenciada com que este caso veio a público e vem sendo tratado desde quando aconteceu. Não é comum um veículo em plena via urbana ser conduzido a uma velocidade acima de 170 km/h. Seu motorista estava fugindo de alguém? Disputava alguma espécie de racha? O que levou este motorista a conduzir este veículo a velocidade compatível a disputas em autódromos? Todo mundo sabe que uma via urbana não comporta este tipo de velocidade. Em algum lugar do trajeto ele iria explodir contra alguma coisa. Um poste, um muro, uma residência ou mais provável outro veículo. Foi o que aconteceu. O que restou do outro veículo (foto) mostra a violência do impacto a uma velocidade deste nível. Outro fato que chamou bastante à atenção de todos foi o esforço de muita gente ligada ao poder para esconder ao máximo possível imagens do ocorrido e do protagonista e/ou dos protagonistas dele. Mas, o que importa mesmo para a sociedade, que acompanha este caso, é o seu julgamento. Hoje seria o dia deste esperado julgamento. Sim, hoje seria o dia de julgar esta triste ocorrência, após quase 7 anos. Uma colisão que ultrapassa os limites de um simples acontecimento de trânsito. Seria hoje, dia 21 de janeiro. Seria, pois não aconteceu, pois a própria Justiça em si se vê refém de um sistema processual, que se levado ao pé da letra, inviabiliza a sua aplicação tamanha é a oferta de medidas protelatórias em nome de uma pretensa garantia de que ela não seja injusta. Enquanto isso, o acusado da morte de duas pessoas continua gozando da liberdade, frequentando bares, viajando de avião, curtindo com a galera, indo e vindo como se nada tivesse ocorrido, afinal ser acusado não quer dizer que uma pessoa seja culpada e sem julgamento não há como culpá-la de coisa alguma. Esta é a nossa lei que de tanto receio de ser injusta protela a ação da Justiça ao ponto de ser a grande protagonista da injustiça em si. JoYa

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