Segunda-feira,
18 de janeiro de 2016.
Ouvi o comentário de Ricardo Vilches no programa Manhã Total da Rádio Globo AM
onde ele faz críticas e sugestões à atuação da deputada federal Christiane
Yared. O foco do referido comentarista foi sobre o comportamento dela diante do
caso Carli Filho. Vilches se disse enojado com a atitude de alguns colegas da
imprensa quando fazem coro à indignação de Christiane diante da morosidade do
caso, principalmente quando ela, em tom de desabafo, afirma que no Brasil, rico
não vai para a cadeia. Vilches discorda e dá exemplo ao lembrar das prisões
efetuadas na Operação Lava Jato, inclusive a de um dos mais ricos empreiteiros
do país. Em determinado momento, o comentarista cobra Christiane para que deixe
de agir como mãe e passe a assumir sua responsabilidade como parlamentar, que
aliás, segundo ele, a eleição dela só aconteceu pela repercussão do caso.
Lembra ele que os eleitores esperam dela não lamentos, mas uma atuação objetiva
para criar leis que se contraponham àquilo que hoje a atinge, isto é, a
morosidade da justiça que dá a todos uma sensação de impunidade, sensação esta
(exemplificada pelo comentarista) que levou um jovem neste último fim de
semana, em Curitiba, a dirigir embriagado e a furar um sinal vermelho, quando
atingiu em cheio outro automóvel. Quando da chegada da polícia, o referido
motorista se negou a fazer o teste do bafômetro (alegou que a lei garante que
não produza provas contra si mesmo). Lembrou ainda que logo após a ocorrência
chegavam ao local parentes da vítima acompanhados de um advogado.
Caso o sr. Ricardo Vilches acompanhasse os trabalhos da deputada Christiane neste último ano, no Congresso, saberia que ela não faltou a uma sessão sequer. Saberia também que ela participou de algumas comissões importantes da Casa (a de Seguridade Social,px), onde destaco a de Viação e Transportes que trata dos assuntos que a levaram a Brasília. Lembro ao comentarista que a deputada Christiane Yared sabe perfeitamente da responsabilidade de seu cargo e da função delegada por mais de 200 mil eleitores, nas últimas eleições, tanto que já ocupou a Tribuna da Câmara várias vezes para apelar aos colegas que se unam na sua luta por um trânsito mais seguro e apoiem as medidas que pretende levar à discussão em plenário, já como projeto de lei com vistas à sua aprovação. Este é um de seus principais desafios como parlamentar. Caso acompanhasse o dia a dia dela, no Congresso Nacional, saberia também que, mesmo em contrário à orientação de seu partido, ela se colocou numa posição de confronto com o atual presidente da Casa, sr. Eduardo Cunha, exatamente por não compactuar com suas polêmicas atitudes como político. Quem conhece os meandros da política sabe que isso tem um ônus. Penso também que não há como dissociar a figura da mãe da vítima perante a figura da parlamentar que surgiu exatamente pela luta dela por um trânsito menos assassino. Ela sabe ainda que mesmo que logre êxito na sua intenção, isso não vai trazer seu filho de volta, mas que pode salvar os outros que lhe sobraram, bem como aos de todos. Dissociar, portanto, a pessoa da mãe da parlamentar não é, no meu entender possível. Ter um filho morto da forma como ela teve e perceber a morosidade da Justiça que se arrasta há quase sete anos, sem que sequer o acusado vá a julgamento, dá a ela, sim o direito de falar o que quiser em relação à demora do caso. Que no Brasil a Justiça é para os pobres, todo mundo sabe. Não é de agora. Por que é que se fala isso? É que os ricos têm condições de contratar bons advogados e esses, pelo conhecimento e influência que possuem no meio, protelam ao máximo um julgamento, levando-o muitas vezes à prescrição retroativa. Quando se fala que os ricos não vão presos é por este motivo. A protelação do julgamento é tamanha que quando a pena é aplicada, já está prescrita. Esta é a realidade. Quanto as prisões da Lava Jato, inclusive a do rico empreiteiro, elas se deram de forma preventiva, para que o mesmo não use de sua influência para atrapalhar as investigações e coletas de provas para um foco maior, bem mais abrangente do que somente à da pessoa do acusado em si. Acredito que o julgamento de Carli Filho, se acontecer, será um divisor de águas nesta questão. Acredito também que a Christiane tenha tudo para fazer a diferença no Congresso Nacional, porém é preciso mais. Principalmente mais gente com a mesma postura que ela, para que tenhamos a esperança de que as reformas em nossa legislação possam ocorrer. A crítica, quando construtiva serve sim para melhorar a atividade de uma pessoa pública. Entendo apenas que essa crítica realizada pelo jornalista à parlamentar Christiane de Souza Yared se apresenta injusta na medida em que, a realidade de seu trabalho mostra exatamente o contrário daquilo que foi por ele questionado e cobrado. JoYa
Caso o sr. Ricardo Vilches acompanhasse os trabalhos da deputada Christiane neste último ano, no Congresso, saberia que ela não faltou a uma sessão sequer. Saberia também que ela participou de algumas comissões importantes da Casa (a de Seguridade Social,px), onde destaco a de Viação e Transportes que trata dos assuntos que a levaram a Brasília. Lembro ao comentarista que a deputada Christiane Yared sabe perfeitamente da responsabilidade de seu cargo e da função delegada por mais de 200 mil eleitores, nas últimas eleições, tanto que já ocupou a Tribuna da Câmara várias vezes para apelar aos colegas que se unam na sua luta por um trânsito mais seguro e apoiem as medidas que pretende levar à discussão em plenário, já como projeto de lei com vistas à sua aprovação. Este é um de seus principais desafios como parlamentar. Caso acompanhasse o dia a dia dela, no Congresso Nacional, saberia também que, mesmo em contrário à orientação de seu partido, ela se colocou numa posição de confronto com o atual presidente da Casa, sr. Eduardo Cunha, exatamente por não compactuar com suas polêmicas atitudes como político. Quem conhece os meandros da política sabe que isso tem um ônus. Penso também que não há como dissociar a figura da mãe da vítima perante a figura da parlamentar que surgiu exatamente pela luta dela por um trânsito menos assassino. Ela sabe ainda que mesmo que logre êxito na sua intenção, isso não vai trazer seu filho de volta, mas que pode salvar os outros que lhe sobraram, bem como aos de todos. Dissociar, portanto, a pessoa da mãe da parlamentar não é, no meu entender possível. Ter um filho morto da forma como ela teve e perceber a morosidade da Justiça que se arrasta há quase sete anos, sem que sequer o acusado vá a julgamento, dá a ela, sim o direito de falar o que quiser em relação à demora do caso. Que no Brasil a Justiça é para os pobres, todo mundo sabe. Não é de agora. Por que é que se fala isso? É que os ricos têm condições de contratar bons advogados e esses, pelo conhecimento e influência que possuem no meio, protelam ao máximo um julgamento, levando-o muitas vezes à prescrição retroativa. Quando se fala que os ricos não vão presos é por este motivo. A protelação do julgamento é tamanha que quando a pena é aplicada, já está prescrita. Esta é a realidade. Quanto as prisões da Lava Jato, inclusive a do rico empreiteiro, elas se deram de forma preventiva, para que o mesmo não use de sua influência para atrapalhar as investigações e coletas de provas para um foco maior, bem mais abrangente do que somente à da pessoa do acusado em si. Acredito que o julgamento de Carli Filho, se acontecer, será um divisor de águas nesta questão. Acredito também que a Christiane tenha tudo para fazer a diferença no Congresso Nacional, porém é preciso mais. Principalmente mais gente com a mesma postura que ela, para que tenhamos a esperança de que as reformas em nossa legislação possam ocorrer. A crítica, quando construtiva serve sim para melhorar a atividade de uma pessoa pública. Entendo apenas que essa crítica realizada pelo jornalista à parlamentar Christiane de Souza Yared se apresenta injusta na medida em que, a realidade de seu trabalho mostra exatamente o contrário daquilo que foi por ele questionado e cobrado. JoYa
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