Terça-feira, 07 de maio de
2013.
Tentei achar um tema para expressar meu sentimento neste dia. Lembro bem, há
quatro anos quando soube da colisão que vitimou meu sobrinho Gilmar Rafael
Yared (foto). Estava na apresentação do Jornal da Paraná Educativa quando o
telefone tocou. Era meu filho Julian, da faculdade, meio incrédulo dizendo que
corria a informação nos corredores da Unibrasil de que um Yared havia falecido
em uma grave ocorrência de trânsito. Os colegas temiam que fosse ele. Liguei
imediatamente para meu irmão Mário e só aí vim a saber que se tratava do
Gilmarzinho, como o tratávamos carinhosamente na família, apesar de seus quase
dois metros de altura. A sensação de incredulidade foi a primeira de tantas que
se sucederam ao fatídico dia. Hoje pensei um pouco e, quatro anos após, o que
restou neste tio foi a sensação de insuficiência jurídica. Muitos padecem de
insuficiência renal, cardíaca, de fundos, etc. Hoje me é forte a sensação de
insuficiência de um sistema à mercê de um processo contemplativo à postergação
de decisões voltadas à resposta penal ao ato delituoso. Como sentir algo
diferente ao acompanhar esta "pouca vergonha" que é o caso que
vitimou meu amado sobrinho. Um vergonhoso emaranhado de evasivas voltadas a
cumprir uma estratégia embasada no direito de defesa que todo cidadão tem, até
que se prove o contrário. Mas, como provar o contrário se nem ao julgamento a
causa tem sido contemplada? Daí, amigos, este tio cidadão, há quatro anos do fato
viver esta lamentável sensação de insuficiência jurídica de um sistema que
deveria acima de tudo defender a vida e não quem a tira.
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