Sábado, 22 de
novembro de 2014.
Em 1970, com 16 anos vim de Porto União, SC, onde
morava para realizar um teste vocacional no Colégio Bom Jesus, em Curitiba.
Eram dois dias de testes. Estava na dúvida do curso que iria fazer no
vestibular do ano seguinte. Desci na rodoviária que ficava ao lado da Igreja do
Guadalupe e fui para a casa de meus tios Medeiros e Azize. No dia seguinte,
pela manhã fui à pé até o Colégio que não ficava longe da casa de meus tios.
Imaginem só um moço vaidoso que só. Antes de embarcar para a capital comprei um
conjunto jeans bege e uma bota estilo cowboy. Cabelos compridos e óculos
escuros. Sentia que estava abafando, pois as pessoas me olhavam na rua. Pelo
menos achava que era de admiração. Pouco antes de chegar ao Colégio tive a
certeza de que estava abafando mesmo. Um ônibus de excursão de alunas do
Colégio Bom Jesus estava parado no sinaleiro. Uma moça pode ser bem comportada.
Duas, três, até quatro, também. Mas, um ônibus cheio de meninas dá para
imaginar a bagunça. Comecei a ouvir em coro de dentro do ônibus:
- Lindo! Lindo! Lindo!
Aquela tiração. Aí não me aguentei. Caprichei no passo. Dava a impressão que estava voando à galope, tamanho meu inchaço, fruto de uma vaidade que carrego até hoje. Mas, tudo que sobe, desce. Ainda com o ônibus parado e com os gritos frenéticos das moças fui protagonista de uma cena tragicômica. Dei uma topada com o bico da bota numa saliência da calçada e desabei. Fui com tudo direto para o chão. Em vez de me levantar rapidamente, a vergonha era tanta que resolvi ficar ali mesmo deitado de bruços na calçada, como se tivesse desmaiado. Foi uma gozação só dentro do ônibus. As meninas foram a loucura de tanto que riam. Alguns populares me socorreram, preocupados, achando que algo de mais grave tinha acontecido, pois eu não levantava. Perguntei a eles se o ônibus já tinha se distanciado e, ao receber a resposta afirmativa, me levantei e vi que tinha apenas sujado os cotovelos da jaqueta e os joelhos da calça. O que ficou mesmo foi o tremendo "mico" que passei diante daquelas meninas. Esta cena me perseguiu por muitos anos. Hoje, mais maduro entendo que esta passagem tenha sido necessária e serviu de lição para a vida. Parei de me achar, por mais sucesso que minha atividade profissional tenha me proporcionado. Reconheço que em muitos momentos, estive na berlinda ao longo da minha vida, mas sempre mantive os pés no chão, afinal cair do jeito que caí, só uma vez. JoYa
Aquela tiração. Aí não me aguentei. Caprichei no passo. Dava a impressão que estava voando à galope, tamanho meu inchaço, fruto de uma vaidade que carrego até hoje. Mas, tudo que sobe, desce. Ainda com o ônibus parado e com os gritos frenéticos das moças fui protagonista de uma cena tragicômica. Dei uma topada com o bico da bota numa saliência da calçada e desabei. Fui com tudo direto para o chão. Em vez de me levantar rapidamente, a vergonha era tanta que resolvi ficar ali mesmo deitado de bruços na calçada, como se tivesse desmaiado. Foi uma gozação só dentro do ônibus. As meninas foram a loucura de tanto que riam. Alguns populares me socorreram, preocupados, achando que algo de mais grave tinha acontecido, pois eu não levantava. Perguntei a eles se o ônibus já tinha se distanciado e, ao receber a resposta afirmativa, me levantei e vi que tinha apenas sujado os cotovelos da jaqueta e os joelhos da calça. O que ficou mesmo foi o tremendo "mico" que passei diante daquelas meninas. Esta cena me perseguiu por muitos anos. Hoje, mais maduro entendo que esta passagem tenha sido necessária e serviu de lição para a vida. Parei de me achar, por mais sucesso que minha atividade profissional tenha me proporcionado. Reconheço que em muitos momentos, estive na berlinda ao longo da minha vida, mas sempre mantive os pés no chão, afinal cair do jeito que caí, só uma vez. JoYa
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