Sexta-feira, 20 de
março de 2015.
Berçário da Maternidade Nossa Senhora de Fátima, Curitiba, PR |
Há exatos 32 anos, meu irmão Gilmar me levou até o
berçário da Maternidade Nossa Senhora de Fátima que fica na Avenida Visconde de
Guarapuava, no centro de Curitiba e pediu que ao observar os bebês apontasse
qual deles seria seu filho, recém-nascido. Olhei bem e nunca vou esquecer
aquele bebê que quase não cabia no
Gilmar Rafael Souza Yared estaria complementando hoje 32 anos |
bercinho. Pois era ele, o filho do meu irmão
que mais tarde foi registrado como Gilmar Rafael Souza Yared. E assim como
nasceu, aquela criança sempre foi muito grande em tudo: no tamanho físico e no
tamanho de seu carinho e amor às pessoas com quem convivia. Não há ninguém
nessa face de mundo que possa afirmar que tenha sido prejudicada ou agredida
por ele. Era uma joia de pessoa. Pois essa joia se despediu cedo demais. Aos 26
anos sua vida foi abruptamente ceifada deste mundo devido a irresponsabilidade
criminosa de um motorista que a mais de 177 km/h, em plena via pública de
Curitiba, simplesmente o trucidou. A ele e a um colega que o acompanhava. Vão
se fazer seis anos e essas mortes não foram a julgamento. Neste dia 20 de
março, data em que, se vivo, estaria comemorando 32 anos, elevo meus
pensamentos aos céus e peço a Deus que conforte o coração de meu irmão Gilmar e
de minha cunhada Christiane, pais dele, pois sei que tão dolorido quanto a dor
da separação de um ente querido (ainda mais um filho) é a dor da injustiça.
Gilmarzinho (assim o chamávamos embora seus quase dois metros de altura) não
veio somente "grande" a este mundo. De maior do berçário ele se
transformou, pelo fato que o retirou de nosso convívio, a inspiração maior para
que milhares de vida sejam salvas da violência de um trânsito cruel, pois
insensato e assassino. A criação do Iptran e a condução da mãe dele, Christiane,
ao Congresso Nacional são provas de que a morte deste meu sobrinho não foi, nem
será em vão. JoYa
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