Sábado, 24 de maio de
2015.
Antes do diálogo é preciso resgatar a confiança entre as partes, desgastada com as equivocadas decisões do governo |
Tenho acompanhado opiniões (algumas de especialistas)
quanto a solução da crise pela qual passa o governo, os funcionários públicos e
o povo paranaense nos últimos meses. Em relação ao impasse com os professores
estaduais, a grande maioria entende que qualquer solução passa pela retomada,
primeiro do respeito, segundo da confiança e terceiro, resultante das duas
primeiras, do necessário diálogo entre as partes. Nem que para isso seja
necessário, a princípio, a presença de um intermediador que goze de
credibilidade e confiança das partes. Também, assim como eu, os especialistas
entendem que o agravamento da situação é resultado de medidas equivocadas que
vêm sendo tomadas pelo governador Beto Richa, notadamente nas últimas semanas.
Durante a campanha, onde quer que estivesse o discurso de Richa era o
investimento em diálogo. Hoje percebe-se que era retórica de campanha. As
decisões têm sido unilaterais e os seus negociadores chegam com números
fechados e sem postura alguma de flexibilização. Então deixa de ser negociação
e sim imposição. Uma inequívoca demonstração de que o governador age em
contrário ao seu discurso de candidato. A realidade que, enquanto homem
público, não pode haver duas pessoas: O Richa candidato e o Richa empossado
autoridade, sob pena deste perder a credibilidade junto aos eleitores e seus
próprios comandados. Quando um governante perde a credibilidade por agir
diferente daquilo que prometera, com certeza põe em risco sua governabilidade.
É o retrato do que vem acontecendo aqui no Paraná. O cientista político da UFPR
Fabrício Tomio diz que uma solução possível para a crise seria um acordo entre
os poderes Legislativo e Executivo, envolvendo os diversos partidos (inclusive
os da oposição), para amenizar a sensação de falta de credibilidade do governo.
Esse acordo deve ser acompanhado de medidas efetivas em outras áreas. Segundo
Tomio “Todos os atores têm de participar do sacrifício”. A grande questão é
tentar convencer aos afetados de que assumam sacrifícios depois do governo agir
de forma diferenciada quando aplica reajustes e benefícios aos que servem os
poderes daqueles aplicados aos que servem o público. Quando serve aos poderes,
concede reajustes generosos a quem já ganha bem, gastos excessivos com
propaganda, concessão de auxílio-moradia e outros benefícios que certamente poderiam
ter sido evitados por quem exige sacrifícios da grande maioria. E hoje, com a
pressão legítima dos servidores, a reconhecida crise econômica enfrentada pelo
Brasil e internamente com as dispendiosas questões estruturais atreladas ao
orçamento do Estado, o problema de caixa (gasto sem controle no primeiro
mandato) somados aos aludidos problemas herdados do anterior, as finanças têm
sido um problema que leva Richa a se desgastar perante a população, uma vez que
seus secretários especialistas não conseguem encontrar soluções convincentes
para o entrave. Cito aqui a opinião da professora de Administração da
Unicuritiba Patricia Tendolini que diz que “No curto prazo a solução para a
crise do Estado passaria pelo aumento de arrecadação e diminuição de gastos. Na
prática, isso significa aumento de impostos e redução de investimentos”,
explica Tendolini. O problema é que antes de transferir a conta para a
população, o governo precisava ter realizado corte de gastos de custeio, isto
é, ter mostrado à população que a hora era de sacrifícios e que ele, governo,
estava fazendo sua parte. Mas ele não fez a sua parte. Preferiu preservar
gastos supérfluos e concessões inoportunas para a época e hoje se vê obrigado a
fazer cortes em gastos importantes para o funcionamento do estado, gerando toda
esta reação em cadeia.
Mas, o grande impasse de tudo, na minha opinião é a tremenda falta de credibilidade que se tem no comando. Na sua capacidade de gerir. Percebam que hoje, em vez de buscar o diálogo o que se vê são professores e diretores sendo ameaçados em seus respectivos núcleos, numa demonstração inequívoca de que se está diante de um poder despótico e, portanto dissociado daquilo que se entende por democracia, regime que oferece princípios que norteariam a se buscar nesta hora o consenso através de um diálogo com foco nas soluções e não no caos.
Desse jeito, o impasse está criado e se a estratégia de negociação não mudar e, principalmente se o governo não tratar os professores com o respeito que merecem, não vislumbro coisa boa pela frente.
Aí todos perdem. JoYa
Mas, o grande impasse de tudo, na minha opinião é a tremenda falta de credibilidade que se tem no comando. Na sua capacidade de gerir. Percebam que hoje, em vez de buscar o diálogo o que se vê são professores e diretores sendo ameaçados em seus respectivos núcleos, numa demonstração inequívoca de que se está diante de um poder despótico e, portanto dissociado daquilo que se entende por democracia, regime que oferece princípios que norteariam a se buscar nesta hora o consenso através de um diálogo com foco nas soluções e não no caos.
Desse jeito, o impasse está criado e se a estratégia de negociação não mudar e, principalmente se o governo não tratar os professores com o respeito que merecem, não vislumbro coisa boa pela frente.
Aí todos perdem. JoYa
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