quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Ministro Jobim, como Sandy, diz que suas declarações foram tiradas “do contexto”


Quinta-feira, 4 de agosto de 2011.
Como Sandy, Jobim se defende dizendo que foi
 mal interpretado e que suas declarações foram
 tiradas do contexto (Foto Arquivo)
Na verdade, o Sr. Jobim falou o que não devia. Com importante cargo dentro do governo, um dos mais estratégicos, Jobim se deixou trair pela sensação de poder. Achando-se intocável, passou a dar tiros no próprio pé. Ao declarar publicamente seu voto em José Serra, cavou sua própria sepultura, afinal exerce cargo de “confiança” de Dilma Roussef, a candidata que não mereceu a “confiança” de seu voto. E, hoje, sob risco de deixar o governo devido a novas e infelizes declarações, o ministro Nelson Jobim (Defesa), creio que tarde demais, vem a público negar que tenha se referido ao trabalho das ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Após constranger o governo declarando ter votado em José Serra nas eleições de 2010, o peemedebista afirmou à revista "Piauí" que Ideli "é muito fraquinha" e que Gleisi "sequer conhece Brasília". A presidente Dilma Rousseff espera que o ministro antecipe-se e peça demissão do cargo. "Isso faz parte do jogo da intriga, da tentativa de desestabilizações. Ou seja, daquilo que passa pela cabeça de quem não percebe as necessidades do país", afirmou Jobim após cerimônia de assinatura de acordo entre Brasil e Colômbia para aumento da fiscalização na fronteira entre os dois países.
De acordo com o ministro, suas declarações se referiam exclusivamente à discussão sobre a Lei de Acesso a Informações, em discussão no Senado, e foram tiradas do contexto. A edição da revista começa a circular amanhã. "Absolutamente [fez as críticas]. O que nós comentávamos, o que nós nos referíamos, era o projeto de lei sobre informações sigilosas. Em momento nenhum fiz referências dessa natureza. Aliás, reconheço em Ideli a capacidade e uma tenacidade importantíssimas na condução dos assuntos do governo", afirmou Jobim, também negando ter dito que o governo faz trapalhada. O vice-presidente Michel Temer, também presente à solenidade, defendeu o ministro, que integra o seu partido, o PMDB. "O ministro Jobim declarou que o contexto era a lei de informações públicas. A ministra Ideli e a ministra Gleisi têm um apreço pelo ministro Jobim, que se apoia em incentivo e práticas de elogio", disse o vice-presidente, completando: "Não haverá problema de nenhuma natureza. Reitero que o ministro Jobim não fez referência à pessoa ou à atuação da ministra A ou B, só em relação à aprovação do projeto de lei".
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), outro dos que foram a Tabatinga, comentou os rumores de que poderia substituir Jobim. "Há muita especulação. Meu trabalho é muito integrado ao do ministro Jobim. Qualquer coisa que se diga nesse momento é absolutamente especulação".

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