Terça-feira, 23 de agosto de 2011.
Antonio Patriota, Ministro das Relações Exteriores do Brasil |
O Brasil não adotará neste momento posição sobre a Líbia e irá aguardar manifestação da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre qual liderança será considerada legítima naquele país, disse nesta terça-feira o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. A decisão da organização deverá ocorrer durante o Comitê de Credenciais da ONU, em 21 de setembro, em Nova York, antes da reunião da Assembleia Geral. Patriota afirmou ainda que o Brasil reconhece "Estados, e não governos", e que, portanto, não deverá haver posicionamento brasileiro sobre a liderança rebelde. "Não se trata de adotar alguma manifestação a respeito deste ou daquele governo neste momento", disse. Segundo o chanceler brasileiro, há preocupação de que o novo governo seja legítimo e representativo. "O governo deverá ser de coalizão, sobre todo o território e com legitimidade. Deve ser feita uma transição democrática. A Líbia deve percorrer um longo percurso em termos de avanços institucionais", disse Patriota. O chanceler disse que as opiniões contrárias que o Brasil teve sobre as missões enviadas à Líbia foram em relação ao uso da força contra civis. "Existe um elo perigoso entre a manutenção da paz e o uso da força. O nosso apoio é ao povo. Houve derramamento de sangue condenável e além do aceitável", afirmou o chanceler.
RELAÇÕES COMERCIAIS
Sobre as empresas brasileiras com negócios na Líbia, Patriota disse que não há preocupação por parte do governo. De acordo com ele, o embaixador do Brasil no Egito, Cesário Melantonio, tem mantido contato frequente com os insurgentes em Benghazi, onde estão sediadas empresas brasileiras. "Os rebeldes manifestaram agradecimento em relação à contribuição do Brasil para o desenvolvimento da Líbia e garantiram que os contratos serão honrados. Não temos com o que nos preocupar", disse.
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