Segunda-feira, 20 de junho de 2011.
O líder da oposição na Assembleia, Enio Verri (PT) fez duras críticas à concentração de poder nas mãos da família Richa e disse que o governador, que foi eleito pregando uma modernização na administração pública, leva o Paraná para o período medieval, quando uma única família comandava o Estado. Para Verri, a medida vai contra à promessa de choque de gestão, marca da campanha tucana na eleição do ano passado.
“Fui estudar o que era o conceito de choque de gestão, modelo que discordo, mas foi o modelo vencedor, tem que ser respeitado. E essa proposta de concentrar poder vai totalmente ao contrário desse choque de gestão, que prega menos Estado e mais serviços. Essa concentração torna o Estado mais ágil? Faz ele diminuir? Que caminho é esse? Isso lembra muito o modelo feudal, só uma família manda”, disse o petista.
“Com essas mudanças, esposa e irmão, secretários da Família e Desenvolvimento Social e de Obras Públicas e dos Tranportes (Infraestrutura e Logística), serão responsáveis por 80% de aproximadamente R$ 23 bilhões, orçamento estimado do Paraná para 2011”, comentou Ênio Verri, que reclamou, ainda, da perda de poder por parte de outras pastas, como a de Justiça e Cidadania e de Trabalho e Promoção Social, que perdem atribuições para a pasta de Fernanda. “A medida enfraquece as demais secretarias, que terão invariavelmente menos possibilidades de persuadir o governador em favor de suas políticas e debilita o debate com os próprios aliados”, disse.
O deputado não questionou a legalidade da medida, mas levantou preocupação com a opção de governo que Beto Richa demonstra nesta decisão. “O debate não está na capacidade gerencial e competência técnica de Fernanda Richa e José Richa Filho, não ocorre no âmbito legal, nem tampouco no impacto financeiro das mudanças para os cofres do governo. O questionamento ocorre na esfera política e da gestão pública”, argumenta.
“Sob a ótica da gestão pública, tão maléfico quanto um governo acéfalo é um governo altamentre centralizador. O Paraná, desta maneira, percorre o caminho inverso que qualquer modelo moderno de gestão indica, baseado fundamentalmente no equilíbrio, na multiplicidade de opiniões e na participação coletiva na elaboração de políticas públicas”, sustentou Verri. “Com a medida, o governo Beto Richa apresenta nos primeiros meses de mandato uma perigosa incoerência entre o dizer e o agir”, concluiu o líder da oposição. (Paraná Online)
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