sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Guerra do trânsito mata mais de 40 mil no Brasil; acidentes de moto têm números alarmantes


Sexta-feira, 04 de novembro de 2011.
Dados do Ministério da Saúde indicam que no primeiro semestre
 de 2010, 40.610 pessoas foram vítimas fatais no trânsito, sendo
que 25% delas, por ocorrências com motocicletas
Os brasileiros estão morrendo mais em acidentes com transporte terrestre, principalmente quando o veículo é motocicleta. É o que aponta o Sistema de Informações de Mortalidade,  SIM, do Ministério da Saúde, cujos dados de 2010 revelam: 40.610 pessoas foram vítimas fatais, sendo que 25% delas, por ocorrências com motocicletas. Em nove anos (de 2002 a 2010), a quantidade de óbitos ocasionados por acidentes com motos quase triplicou no país, saltando de 3.744 para 10.143 mortes. De acordo com o SIM, entre 2002 e 2010, o número total de óbitos por acidentes com transporte terrestre cresceu 24%: passou de 32.753 para 40.610 mortes. 
Em nove anos, os óbitos ocasionados por ocorrências com motos
mais que triplicaram na Região Sudeste, saltando de 940, em 2002,
para 2.948, em 2010 – um crescimento de 214%
Entre as regiões, o maior percentual de aumento na quantidade de óbitos (entre 2002 e 2010) foi registrado no Norte (53%), seguido do Nordeste (48%), Centro-Oeste (22%), Sul (17%) e Sudeste (10%). Os índices de crescimento no número de mortes em conseqüência de acidentes com motocicletas são ainda mais alarmantes. Em nove anos, os óbitos ocasionados por ocorrências com motos mais que triplicaram na Região Sudeste, saltando de 940, em 2002, para 2.948, em 2010 – um crescimento de 214%. Os óbitos cresceram 165% no Nordeste, 158% no Centro-Oeste, 147% no Norte e 144% no Sul. (Ministério da Saúde)

A legislação precisa dar armas à Justiça para ser mais eficaz e
pontual na resposta aos infratores
* O que chama a atenção nesses números do Ministério da Saúde é que somente no primeiro semestre de 2010 foram 72,4 mil internações de vítimas de acidentes de trânsito. Desse total, 35,7 mil, vítimas de moto, o que representa quase 50%. E a proporção continua subindo. Os números revelam que o país vive uma verdadeira epidemia de lesões e mortes no trânsito. A Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou recentemente que o Brasil ocupa o quinto lugar em ocorrências como essas. A situação é mais do que grave: estamos atrás apenas da Índia, China, EUA e Rússia. Daí comemorarmos a importante decisão do Supremo Tribunal Federal que nesta quinta-feira, por unanimidade, entendeu que o motorista que dirigir alcoolizado comete crime, mesmo se não causar danos a outras pessoas. Este, sem dúvida é um grande avanço e certamente vai contribuir para a redução das tristes estatísticas no trânsito, principalmente em um momento que o país vive esta epidemia de lesões e mortes por acidentes. A decisão do Supremo fortalece a posição de quem defende, como nós uma fiscalização mais rigorosa no trânsito. Mas como disse em postagem anterior, a legislação precisa dar armas à Justiça para ser mais eficaz e pontual na resposta aos infratores. Hoje, com bom advogado eles se protegem em um sistema processual protelatório. E isso precisa mudar através da reação da população brasileira. A concentração deve ser diante do Poder Legislativo. Verdadeiros representantes do anseio popular devem ser escolhidos para se propor, votar e colocar em prática um sistema que verdadeiramente puna quem se acha acima de tudo e de todos. Principalmente aqueles que tem poder financeiro e influência política.  Isso precisa terminar para que a sensação de impunidade deixe de tornar nosso trânsito mais mortal do que guerras sanguinárias.

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