Sexta-feira, 02 de dezembro de 2011.
Esquadrinhar nosso coração é, sem dúvida, o desafio de uma vida |
Somos aquilo que as pessoas pensam que somos? Ou aquilo que achamos que somos? Ou ainda, que verdadeiramente somos? Parecem questões de fácil resposta, mas não! Muitos não conhecem a si mesmos e vivem toda uma vida sem conseguir conhecer-se. Para melhorarmos como pessoas é preciso que nos conheçamos. Que reconheçamos nossos limites, virtudes e defeitos. Conhecer-se é um desafio de uma vida. Felizes são aqueles que pelo menos percebem seus limites e, por conhecê-los, evoluem como pessoas.
O romancista e teatrólogo português Raul Germano Brandão Portugal (1867//1930) reconhecia em um de seus escritos o quão é difícil conhecer-se verdadeiramente.
“Conhece-te a ti próprio - eis o que é difícil. Ainda posso conhecer os outros, mas a mim mesmo não consigo conhecer-me. Um fio - instintos e um fantasma... Dos outros faço idéia mais ou menos aproximada, de mim não faço idéia nenhuma.
Há uma disparidade entre mim e mim. Há em mim o homem correto, o homem igual a todos os homens - e o homem que lá dentro sonha, grita e é capaz, por insignificâncias, de imaginar um terremoto ou de desejar uma catástrofe...”
Há uma disparidade entre mim e mim. Há em mim o homem correto, o homem igual a todos os homens - e o homem que lá dentro sonha, grita e é capaz, por insignificâncias, de imaginar um terremoto ou de desejar uma catástrofe...”
“... O meu verdadeiro ser não é aquele que compus, recalcando lá para o fundo os instintos e as paixões; o meu verdadeiro ser é uma árvore desgrenhada - é o fantasma que nos momentos de exaltação me leva a rasto para atos que reprovo. Só a custo o contenho...”
Ainda ontem ouvi de um colega um pensamento que é pontual para quem se importa com as pessoas com quem convive tanto quanto se importa consigo mesmo. Isto é sinal de evolução na incrível trajetória que é o tempo de nossa vida:
“As pessoas não se importam com quanto você sabe, até saber o quanto você se importa!”
Deixo o conteúdo deste escrito, compartilhando com você aquilo que penso neste momento. Certamente porque me importo em conhecer, primeiro a mim mesmo, para depois me ocupar em melhorar o mundo em que “vivemos”. É com isso que verdadeiramente me importo. As demais, creio, naturalmente me serão acrescentadas.
Jorge Yared
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