quarta-feira, 25 de maio de 2011

Traição e insensatez dos deputados que aprovaram o novo Código Florestal, considerado retrocesso de 50 anos pelos ambientalistas


Quarta-feira, 25 de maio de 2011.
O poder econômico prevaleceu e temas polêmicos passaram...
A aprovação do Código Florestal ontem na Câmara Federal foi classificada como um retrocesso na legislação ambiental por ambientalistas e técnicos do setor. A manutenção de diversos pontos no texto contrários aos defendidos pelo governo como a anistia a crimes ambientais e a aprovação de uma emenda polêmica que permite a manutenção de atividades em áreas de preservação ambiental, foi considerada uma derrota do Governo Federal e acabou rachando a base governista no Congresso. 


A imagem vale por mil palavras. Esse será o futuro de nossas florestas
Com a aprovação do Código, restou aos representantes do governo e ambientalistas transferir a esperança de mudanças para o Senado, onde o projeto passa a ser discutido. Mas mesmo estes profissionais reconhecem que a discussão na Casa poderá ser ainda mais difícil que a já realizada no Senado e mesmo na possibilidade que pontos sejam alterados, as alterações voltariam para a Câmara Federal onde precisariam ser aprovadas, reduzindo as possibilidades de incluir medidas mais conservadoras relacionadas à proteção ambiental.  Representando a ministra, o diretor do departamento de Florestas do MMA, João de Deus Medeiros, afirmou que o governo federal irá atuar para garantir alterações no projeto durante a discussão no Senado e evitou classificar a votação da Câmara como uma derrota.
Retrocesso
A proteção das margens dos rios ficou sob risco com proximidade do limite
Já os ambientalistas classificaram o evento como retrocesso e acreditam que apenas uma grande mobilização da sociedade poderá garantir alterações no projeto durante a discussão no Senado. Para o coordenador-geral da Rede de Organizações Não Governamentais (ONGs) da Mata Atlântica, Renato Cunha, a aprovação do Código foi um retrocesso. “Depois de anos de avanços na questão ambiental parece que a gente está voltando 50 anos atrás”, afirmou.Cunha disse que os ambientalistas continuarão lutando por alterações na lei, mas o embate será difícil no Senado, principalmente pelo poder econômico dos grandes produtores rurais que teriam ligações e seriam responsáveis pelo financiamento dos parlamentares. “Não é simples, também no Senado se atende muito mais interesses econômicos do que o interesse da sociedade”. Para o coordenador do setor de Ciências Naturais da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Celso Schenkel, o Código Florestal deveria ter sido melhor debatido. “A falta de debate levou a esse embate onde todos saem perdendo”.

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