Terça-feira, 26 de julho de 2011.
A cada dia, nova mínima. Tendencia é chegar a R$ 1,50 até setembro |
O Banco Central usou munição pesada nesta terça-feira para tentar frear a queda da moeda norte-americana. A autoridade monetária comprou dólares por quatro vezes --duas vezes pela manhã, duas vezes à tarde-- sem conseguir evitar, no entanto, que o dólar testasse um nova taxa mínima para o ano: R$ 1,53, que acabou por ser a cotação do fechamento do dia.
O dólar comercial já abriu o dia em queda, abaixo de R$ 1,54, e permaneceu nesta faixa até as últimas operações, quando foi negociado por R$ 1,537 (valor de venda), em uma queda de 0,38% sobre o preço de ontem. A série histórica mostra que trata-se da menor taxa desde a mudança do regime cambial do país, em 15 de janeiro de 1999. Já foram seis dias consecutivos de baixa, acumulando uma desvalorização de 2,6% desde quinta-feira retrasada (a última sessão em que as taxas subiram). Sobre o real valorizado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que novas medidas para segurar o preço podem ser tomadas pelo governo.
Dólar pode chegar a R$ 1,50 até setembro
A valorização do real dificilmente arrefecerá no curto prazo: a taxa de câmbio caminhará para o nível de R$ 1,50 por dólar até setembro. É o que esperam analistas internacionais, que citam os fundamentos da economia brasileira, em particular a taxa de juros bem mais alta do que as outras economias mundiais, para que o País continue recebendo um grande fluxo de capital estrangeiro. À medida que o câmbio se aproxime do barreira de R$ 1,50, o estrategista da Brown Brothers Harriman acredita que o governo ficará mais nervoso e provavelmente adotará algumas medidas adicionais de controle cambial para conter a apreciação do real. Na opinião do vice-presidente para mercados emergentes da MF Global, Michael Roche, baseado em Nova York, os juros elevados no Brasil tornam o País um destino mais atraente para o dinheiro dos investidores estrangeiros em busca de maior taxa de retorno.
Para Paul Biszko, estrategista sênior para mercados emergentes da RBC Capital Markets em Toronto, no Canadá, a percepção dos investidores estrangeiros de que a presidente Dilma Rousseff não está inclinada a adotar medidas cambiais agressivas até que o cenário internacional se acalme mais, deu o "sinal verde" para um aumento nas apostas no mercado financeiro de um real mais valorizado, o que ajuda a explicar os ganhos da moeda brasileira hoje. (Agencias Internacionais)
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