sábado, 24 de setembro de 2011

Pai de garoto de 10 anos que se matou pode receber perdão judicial


Sábado, 24 de setembro de 2011.
Companheiros de farda carregam o caixão do filho de 10 anos do colega,
que atirou em professora e depois se matou, em escola da Grande São
Paulo (Foto Eduardo Knapp /Folhapress)
A delegada Lucy Mastellini Fernandes disse na sexta-feira (16) que ainda não sabe o que fará em relação ao guarda-civil municipal Milton Evangelista Nogueira, 42 --pai de D., 10, que atirou em uma professora e se matou em seguida dentro de uma escola em São Caetano do Sul, na quinta-feira (22).
Ela afirma que Nogueira pode ser indiciado sob a suspeita de negligência ou omissão na guarda de arma de fogo, mas ainda não está certa disso.
"Esse pai já está sofrendo muito. Preciso analisar o Estatuto do Desarmamento e estudar o que poderá ser feito contra ele. Se é que será feito alguma coisa", afirmou.
PERDÃO JUDICIAL
Futuramente, quando o inquérito policial chegar a um juiz, Nogueira poderá receber o perdão judicial, que é quando o Judiciário reconhece que aconteceu um crime, mas que as consequências dele foram tão severas que não é necessário aplicar uma pena.
É o mesmo procedimento que costuma ocorrer nos casos em que um pai esquece um bebê dentro de um carro e ele morre. Ou seja, a perda de um filho é maior do que a privação de liberdade ou qualquer outra punição que a Justiça possa determinar ao acusado pela morte.
À polícia, familiares e amigos do guarda-civil Nogueira disseram que ele é uma pessoa conciliadora e que dialoga muito com seus filhos. Além do menino de dez anos, o casal tem outro filho, de 14 anos de idade.
ARMA ESCONDIDA
Sabendo do perigo em possuir uma arma em casa, ele sempre dizia aos garotos que, se tivessem curiosidade em ver o revólver, deveria procurá-lo que ele mostraria.
A arma particular ficava guardada em uma caixa de papelão na parte alta de um armário no quarto do casal.
Na Guarda Municipal, Nogueira não teve nenhuma advertência oficial. O secretário municipal de Segurança, Moacir Rodrigues, disse que ele tem uma carreira exemplar.
Nas horas de folga, o guarda fazia bico como vigilante em uma lanchonete de São Caetano. Era lá que ele usava esse revólver particular.
MOCHILA
Informalmente, Nogueira disse à polícia que, ao perceber que sua arma não estava em casa, procurou os filhos na escola e perguntou para eles se um dos dois havia pegado o revólver. Os dois negaram, e ele acreditou.
Segundo a polícia, o guarda lamentou não ter olhado a mochila dos filhos antes de voltar para casa e pedir para a mulher procurar direito a arma, antes que ele registrasse um boletim de ocorrência.
Na próxima semana, Nogueira e a mulher dele, Elenice Mota, deverão ser ouvidos oficialmente pela polícia. (Folha Online)

0 comentários:

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More