Quarta-feira, 04 de janeiro de 2012.
No dia 5 de janeiro de 2011 subi pela última fez na bancada do Jornal da Educativa, na ex-Paraná Educativa, hoje “EParaná”. De lá pra cá, as portas se fecharam em Curitiba à atividade para a qual me preparei toda uma vida. Foram inúmeros cursos, inclusive o de leitura dinâmica, e é claro a experiência de 37 anos de apresentação de rádio e telejornais. Hoje perdi o tesão pela profissão. Tenho pena dos que estão começando. Não falo por mim só, mas pelos inúmeros colegas que ao longo dos anos testemunhei sendo “sacaneados” pelo sistema. Achei que só acontecia com meus vizinhos e nunca comigo, afinal eu era o “Jorge Yared”, âncora dos principais jornais das emissoras de rádio e televisão pelos quais passei (regionais da Globo, SBT, Bandeirantes e por final a Paraná Educativa). Ledo engano. Resisti até enfrentar a perseguição fisiológica do PSDB aqui no Paraná, simplesmente porque fui nomeado pelo governador Requião (do PMDB) para poder exercer legalmente minha função de âncora em um canal público. Não sou político. Nunca fui e nunca serei. Gosto de política, isto é diferente. Uma sociedade organizada precisa da ciência política para gerir seus interesses. Os oito anos que passei na Paraná Educativa foram muitos importantes para evoluir meu entendimento sobre gestão pública. Produzi e apresentei 986 entrevistas de meia hora de duração cada, com Secretários de Estado e agentes administrativos de governo. A intenção era oferecer às pessoas a oportunidade de conhecer os detalhes de uma gestão pública. Seus projetos, suas propostas, suas dificuldades e a realidade no momento de executá-las. Fazia parte de meu projeto pessoal de colaborar com a politização da sociedade e das pessoas que se interessassem pelo tema. Foi um momento importante de minha carreira, interrompida pela mudança de governo aqui no Paraná. Hoje, completo um ano de desemprego de minhas funções de âncora de rádio e televisão. As emissoras de Curitiba decididamente não se interessaram na minha contratação. Hoje faço um MBA sobre Gestão de Pessoas, no IBPEX. A intenção é me credenciar junto ao MEC para poder lecionar em cursos de graduação e passar aos mais jovens toda a experiência adquirida nos quase 40 anos de trabalho na área da comunicação, aliada ao conhecimento teórico das ciências jurídica e administrativa. Penso que não devemos gerar em ninguém o sentimento de pena, muito menos o de raiva ou culpa. Talvez tudo tenha sido importante para despertar em mim o interesse de não só adquirir, mas, transmitir o conhecimento. Não tenho hoje nenhum sentimento de revolta contra o que fizeram comigo. Desejo de coração que o governo Richa consiga mesmo dar “um choque de gestão” nos 3 anos que lhe restam, porque até agora não vi nada neste sentido. Se fosse possível, sei que não é, mas Richa aprenderia muito se buscasse se aconselhar com Requião. Depois de 3 mandatos como governador, independente de ideologia política, este teria muito o que orientar o atual chefe do executivo paranaense sobre os verdadeiros desafios de uma gestão pública, onde querer não é exatamente poder. Deixo a foto tirada no dia 05 de janeiro de 2011, última aparição minha no Jornal da Educativa, Segunda Edição. Nela apareço com a Cibele Fontanela que seria dispensada alguns dias depois e hoje conseguiu contratação em outro prefixo. Acredito que somos maiores que os problemas. As soluções precisam ser buscadas com fé, perseverança e confiança nas nossas reais capacidades que nos tornam infinitamente superiores aos problemas. É nisto que verdadeiramente acredito! E, com as bênçãos de Deus, quero ser digno das novas oportunidades que com certeza ainda neste ano aparecerão. Um bom dia a todos!
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