Sexta-feira, 06 de janeiro de 2012.
Em um ano de choque de preços dos alimentos --principalmente no primeiro semestre--, disparada de serviços em decorrência da renda em alta e aumento de combustíveis e transportes, a inflação não suportou os focos de pressão e o IPCA fechou 2011 no teto da meta do governo, de 6,5% --mais do que os 5,91% de 2010--, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (6). Esta é a maior taxa desde 2004, quando o indicador ficou em 7,6%. De um lado, a inflação foi mais alta em 2011 graças ao consumo aquecido, com o ingresso de mais pessoas nas classes mais altas, a expansão da renda e o desemprego em queda. Por outro, preços mais altos de commodities, especialmente até meados do ano, fizeram os alimentos subirem. Ainda que tenham avançado menos do que em 2010 (10,39%), o grupo alimentação teve alta de 7,18% em 2011. Sozinha, a alimentação fora de casa --que também sofre a influência da maior renda disponível no bolso das pessoas e da consequente sofisticação do padrão de consumo-- foi um dos itens de maior peso na inflação do ano passado, com alta de 10,49%. Maior pressão, porém, veio dos preços dos combustíveis, que subiram principalmente em decorrência do aumento do etanol. Com um safra frustrada de cana, o biocombustível subiu 15,75% em 2011 e puxou para cima também o preço da gasolina (alta de 6,92%) que tem álcool em sua composição. (Folha Online)
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