Quarta-feira, 27 de fevereiro
de 2013.
Não confunda jamais inteligência com esperteza. A inteligência pode ser
definida como “a capacidade de resolver situações
problemáticas novas mediante reestruturação dos dados perceptivos”. A
esperteza, entre as mais diversas definições é considerada de forma pejorativa “a capacidade maliciosa de
adaptar-se habilmente a situações adversas, tirando proveito da situação”. No
Brasil, o termo esperteza, exatamente é utilizado para definir “a ação, ou atividades do
indivíduo malandro para resolver situações de forma maliciosa”. Já
a pessoa inteligente é chamada desdenhosamente de caxias ou cdf's.
Isto, de certa forma, acaba por criar uma imagem que denigre o brasileiro,
muitas vezes visto como um indivíduo preguiçoso, que não respeita as normas,
leis, bons costumes e que gosta de levar vantagem em tudo. E não é bem assim.
Indivíduos “espertos” há em todo lugar. Aqueles que se utilizam da boa fé do
próximo para levar vantagem. O poeta e pensador Murilo Leal disse bem quando afirmou
que “A ingenuidade quando é demais se torna quase
um pecado. A esperteza sem limite, é o próprio pecado”. Isto
posto enfatizo o valor da honestidade. Nesta trilogia, creio, leva imensa
vantagem aquele que se apresenta honesto diante de suas convicções que preconizam
limites aos seus direitos e consciência às suas obrigações. Aquela pessoa que
sabe que seu direito acaba onde começa o de seu semelhante. Aquela pessoa que
em nenhum momento deseja ser fardo ao seu próximo. Aquela que entende a
necessidade da contrapartida como agente social que é. Ser honesto é mais do
que tudo isso. Ser uma pessoa honesta é naturalmente dimensionar limites baseada
no respeito. O verdadeiro esperto, portanto, é aquele que usa da inteligência
para consagrar o conceito da honestidade em seu proceder. Raro? Não, mas
essencial para o equilíbrio social.
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