Quinta-feira,
14 de janeiro de 2016.
"Não é uma questão de ódio, mas de luto pelo "entravamento" que o sistema processual brasileiro impõe à resposta do Estado diante de um delito grave cometido" JoYa |
Li hoje um apelo na página de uma
amiga do Facebook que precisa de esclarecimento. A amiga, preocupada, pede
orações para que o sentimento de ódio seja retirado de nossos corações. Segundo
ela este sentimento, pela repercussão do caso Carli Filho, tem contaminado a
nós da família Yared e muita gente na sociedade. É preciso esclarecer a ela e
todos que pensam igual que não é e nunca foi ódio. Pelo menos de nossa parte. A
Christiane Yared é pastora, conhecedora da Palavra e assim quanto ela, meu
irmão Gilmar, eu e nossos familiares temos absoluta noção de que este caso só
teve esta repercussão pela pessoa do acusado e não pelas vítimas de mais uma
entre tantas ocorrências que enlutaram, enlutam e ainda vão trazer dor às
famílias brasileiras. Nossa principal preocupação é com a sensação de
impunidade que este caso, pela sua repercussão, tem provocado na sociedade
brasileira. Quando um cidadão, com carteira de habilitação suspensa, dirige a
uma velocidade acima de 160 km/h em plena via pública de uma metrópole, com
suspeita de embriaguez, colide na traseira de um veículo e mata
instantaneamente duas pessoas que estavam em seu interior e nem sequer vai a
julgamento isto, sim preocupa. O que queremos é que a Justiça cumpra com sua
obrigação institucional e dê a resposta que precisa ser dada à sociedade.
Motoristas com delitos parecidos e até com menos repercussão foram presos
imediatamente, julgados e condenados. O que acontece com este que os anos passam
e sempre há uma coisa aqui, outra lá que impede que o acusado vá a julgamento?
Insisto. Não é uma questão de ódio. É uma questão de revolta, de desalento, de
incredulidade diante da morosidade de uma Justiça refém de um sistema
processual. Temos nítida consciência de que este caso será um divisor de águas
no trato de ocorrências de trânsito onde se configura o dolo eventual. São com
as pessoas vivas que estamos concentrados e preocupados. Trata-se de uma
questão de responsabilidade cidadã. Insisto, não é uma questão de ódio ou de
incapacidade de perdoar. É uma questão de cobrar que a Justiça cumpra com seu
papel de salvaguarda da vida comunitária. O ser humano precisa de limites e
neste caso o respeito à lei só se dá quando a pena é efetivamente aplicada àquele
que a transgride. Daí nossa luta consciente, sem ódio, mas com senso de
cobrança à ação efetiva da Justiça, instituída para nos dar a guarida que
precisamos no convívio social. Não se preocupe, amiga, com absoluta certeza,
estamos com a Paz de Deus em nossos corações e conservamos a confiança de que
um dia a justiça se cumpra, embora hoje nos sintamos enlutados pela
surpreendente decisão vinda de Brasilia. JoYa
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