Sábado, 09 de abril de 2011
Desajeitado e arredio, o atirador Wellington Menezes de Oliveira era alvo de chacotas de colegas da Escola Municipal Tasso da Silveira, palco do massacre. Na adolescência, foi rejeitado pelas meninas. "Desde pequeno ele tinha distúrbio mental e sofria isso que chamam de bullying", diz A., seu irmão adotivo de 44 anos.
Sob compromisso de não ser identificado - a Secretaria de Segurança do Rio lhe alertou que pode sofrer retaliação -, A. contou ao Estado que, ainda criança, Wellington recebeu diagnóstico de esquizofrenia. Ele foi adotado pela tia, Dicéia de Oliveira, mãe de A. Por volta dos 13 ou 14 - idade das vítimas -, Wellington abandonou os remédios. "Desde então sua esquisitice só piorou. Ele tinha obsessão pelo Velho Testamento da Bíblia", relatou A., negando que o irmão tivesse ligação com o Islamismo, como se especulou após a chacina.
Segundo A., Wellington tinha preferência mórbida por cenas violentas e foi censurado pela família por comentar com empolgação o atentado contra Nova York, em 2001.
Os problemas se agravaram com a morte do pai adotivo, há cinco anos. E Wellington se isolou de vez após a morte de Dicéia, há dois, quando foi morar em Sepetiba, na casa deixada pelo pai. Especula-se que a partir daí passou a planejar o massacre.
A vida da família está destruída. Ontem A. foi avisado pela empresa que está compulsoriamente de férias e deve aguardar em casa. Hipertenso e doente renal, P. teve ontem de ser internado. Pai de santo, ele comanda a Casa Afro-Cultural e Assistencial São Jorge, entidade filantrópica com registro ativo no governo federal, que recebe dinheiro público para atividades assistenciais. Por determinação policial, que considera elevado o risco de atentados, ele fechou o local por tempo indeterminado. (Agência Estado)
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