quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Filosofia para pobre é luxo?

Quarta-feira, 21 de dezembro de 2011.
“Se não oportunizar o aprendizado de filosofia e sociologia aos alunos,
será como entregar ao mercado, no futuro, um profissional capenga.
E o que é pior, com verdades deturpadas pela escuridão da insensatez
sociológica.” Jorge Yared
O jornalista Gilberto Dimenstein tocou no assunto na edição de hoje da Folha de São Paulo e repercuto no Blog pois é assunto que merece reflexão e após, discussão por parte da sociedade. Quando se fala em educação, não há como se considerar uma grade completa, se esta não oportunizar o aprendizado de filosofia e sociologia aos alunos. Será como entregar ao mercado, no futuro, um profissional capenga. E o que é pior, com verdades deturpadas pela escuridão da insensatez sociológica.
Escreveu Dimenstein:
“Provocou um interessante debate a decisão da Secretaria da Educação de São Paulo de diminuir a carga horária de português e matemática a favor das matérias de sociologia, filosofia e artes. Por causa da repercussão, o governo voltou atrás. Filosofia para pobre é luxo?
Argumenta-se (e com razão) que português e matemática são fundamentais para se construir o conhecimento escolar. E os alunos, como se sabe , vão muito mal, especialmente na rede pública. Seria como servir caviar numa casa que não tem feijão.
Mas se filosofia, artes e sociologia fossem bem dadas (o que é uma hipótese, claro), elas ajudaria a aproximar o ensino do cotidiano dos alunos, fazendo da escola uma experiência mais interessante --e útil. Com um pouco de criatividade, aquelas matérias poderiam ser mescladas com as demais aulas tradicionais como geografia ou português.
Uma escola decente em qualquer parte do mundo é aquela que oferece ao aluno uma diversidade de experiências e aprendizagens que aumentem sua autonomia para viver o mundo. Aí se encaixam as artes, filosofia e sociologia. Não é luxo, é obrigação para a formação de cidadãos mais críticos. Pode compensar a falta de repertório das famílias mais pobres.
Dar português e matemática, como uma aglomerado de fórmulas e regras, é , como sabemos, improdutivo, tamanho seu descolamento do cotidiano. Aumentar a carga necessariamente funciona? Desse jeito, duvido. É apenas mais chatice.
O problema vai além do currículo. O problema é que, além do preparo do professor, a escola decente tem de ser em período integral, com mais tempo para projetos, digamos, alternativos. E não apenas dentro da escola, mas incorporando a cidade com espaço educativo.
Fora disso, quase tudo é obsoleto. “
Faço minhas as palavras do Gilberto.
Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Em colaboração com o Media Lab, do MIT, desenvolve em São Paulo um laboratório de comunicação comunitária. É morador da Vila Madalena.


Sheila Denize Doares
Da Alemanha, via Facebook, Sheila Denize Soares repercutiu a opinião de Dimenstein: “Desde a tenra idade o ser humano necessita de disciplinas que abranjam os conceitos da Biologia, Sociologia, Psicologia e da Filosofia. O indivíduo se constitui como um ser: bioquímico; sociológico, pois vive em sociedade; psicológico, com atitudes comportamentais; filosófico que busca pelas ditas verdades, e que demonstra tais ansiedades com os seus "por quês". Através destas disciplinas a criança está sendo ensinada a respeitar, aceitar e organizar o mundo de forma coerente. Filosofia, Sociologia e Psicologia, são as três ciências fundamentais para o progresso intrapessoal e interpessoal dos seres humanos. Um material didático bem elaborado é capaz de suprir a necessidade de uma carga horária que trabalhe separadamente essas três disciplinas. É possível utilizar nas aulas de português um texto filosófico, sociológico ou psicológico. Grata pela atenção”

* Sheila mora em Ludwigshafen am Rhein - Germany

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