sábado, 23 de fevereiro de 2013

Desejo atendido

Sábado 23 de fevereiro de 2013.

“A verdade é que a gente não faz filhos. Só faz o layout. Eles mesmos fazem a arte-final.”
 Luís Fernando Veríssimo
Desde criança tinha um desejo inexplicavelmente transformado em vaticínio: o de ter uma filha cujo nome era Yaiune (uma expressão idiomática árabe que quer dizer “meus olhos”, isto é, você é tão importante para mim quanto meus olhos). Adolescente ainda sonhava com a menina em meus braços me chamando de Papai. Como não poderia tê-la sozinho, precisava da mãe. Os anos se passaram e pouco depois de completar trinta e cinco anos, fui atendido. Nascia, em l989 a menina que encantaria meus olhos, a minha Yaiune. Mas, engraçado foi a situação vivida poucos dias depois de ter conhecido a mãe da menina. Passeando com ela percebi uma barraquinha que vendia entre outras coisas bonequinhas com rosto de porcelana e corpo de pano, artisticamente bem vestidas. Aproximei-me da barraca e comprei a que meu coração mandou. Lembro até hoje a cor do vestido: verde piscina. Após, entreguei-a a minha então namorada (percebam, havia começado o namoro a não mais que dez dias) e disse:
- Estou lhe dando esta bonequinha. O nome dela é Yaiune. Vá se acostumando com o nome, pois assim chamará a nossa primeira filha!
Deus foi muito bom para comigo. Entendo que abusei um pouco. Petulante até, reconheço. Mas, não é que aconteceu tudo, do jeito que eu sonhava? Hoje a luz dos meus olhos tem 23 anos. Uma companheira amorosa e presente, para não falar mais o que qualquer pai “abobalhado” descreveria de sua princesinha.
Hoje, ao ver esta foto postada lembrei–me do fato e fechando os olhos agradeci com sinceridade ao Criador, por ter se comprazido em atender a tão pontual desejo. Obrigado, meu Deus, prometo sempre fazer de tudo para estar à altura de seus desígnios.

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