Segunda-feira, 09 de janeiro de 2012.
Presidente do Sindicombustíveis, Roberto Fregonese diz em emissora de rádio que governo Richa e MP já sabiam das fraudes há um ano |
O presidente do Sindicombustíveis (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis), Roberto Fregonese, fez uma importante revelação ao Jornal da Banda B 1º Edição desta segunda-feira (9): de que todas as denúncias de fraudes nos postos de Curitiba, feitas pelo Fantástico deste domingo (8), já haviam sido alvo de alerta em um dossiê enviado ao governador Beto Richa e aos secretários de Segurança Pública e Fazenda, há praticamente um ano. As denúncias, segundo Fregonese foram encaminhadas também ao Ministério Público. Somente uma operação do Gaeco e outra da Secretaria da Fazenda foram feitas, mas com resultados insuficientes, revelou. Fregonesi acredita que o prejuízo ao consumidor é absurdo. “Todos os anos o setor tem um sonegação de impostos que chega a R$ 300 milhões. Se roubam isso do Estado, imagine o tamanho das perdas dos consumidores?”, questionou. “Estamos cansados de denunciar ao poder público e nada ser feito”, disse o sindicalista. Ele ainda aponta que o esquema de adulteração de bombas via controle remoto, nasceu em Curitiba. A ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – montou um esquema de fiscalização para esta segunda-feira.
Roubando do consumidor
Para a instalação do equipamento criminoso, eram cobrados R$ 5 mil por bico de bomba |
A reportagem especial do Fantástico, exibida na noite deste domingo (8), mostrou como funciona o esquema dos golpistas. Eles instalam uma placa eletrônica em cada bico de bomba. Assim, o marcador é alterado via controle remoto e o consumidor acha que está colocando uma determinada quantidade de combustível, quando na verdade está sendo roubado.
Postos
Em alguns postos de Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, essa diferença chega a seis litros por tanque cheio. O estabelecimento “campeão” na capital paranaense é o Posto Jockey, na Avenida Victor Ferreira do Amaral. A cada 20 litros abastecidos, 1,4 litro era roubado do consumidor. O gerente foi encaminhado a Delegacia de Estelionatos e Desvio de Cargas, que deve se pronunciar sobre o caso ainda nesta segunda. O posto Arrancadão em Pinhais também recebeu a visita da polícia. O gerente deve se apresentar na delegacia.
Cabeça do esquema
O chefe do esquema é Cleber Salazar, que tem autorização do Inmetro para fazer manutenção em bombas de combustível. Ele aparece na reportagem do Fantástico da Rede Globo mostrando como funciona a fraude. Ele não sabia que estava sendo filmado. A alteração é ativada por controle remoto, o que dificulta a fiscalização. Para a instalação do equipamento criminoso, eram cobrados R$ 5 mil por bico de bomba. Policiais civis foram até o barracão da empresa Power Bombas no Bairro Alto, que pertence a Salazar. Vários materiais foram apreendidos durante a ação, entre eles, algumas placas de circuito que seriam usada no esquema. Ainda de acordo com a reportagem da TV Globo, Cleber está ligado a pessoas influentes do setor, que seriam coniventes e participantes do esquema.
Ele mora numa mansão localizada na rua Rio Iriri, no Bairro Alto. A empresa dele presta serviço para 40 postos na Grande Curitiba. A polícia deve investigar onde a fraude efetivamente acontecia. Cleber disse que é inocente e que vai se apresentar na delegacia ainda hoje. (Banda B)
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