quarta-feira, 13 de abril de 2011

Só faltava essa: preconceito artístico é motivo de exoneração no governo Richa. Exonerado se diz discriminado por ter feito filme erótico


Quarta-feira, 13 de abril de 2011.
Ficha-limpa artística no Paraná? Mas, aonde está a sujeira?
O ex-chefe regional do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), exonerado ontem por ter participado de um filme erótico antes de assumir o cargo, afirmou hoje que foi “discriminado” pelo governo do Paraná. Valter Pagliosa, 27, disse ainda que o governo “não quis ouvir sua versão” e que acha “injusto ser perseguido” por causa da sua atuação no filme “A Outra Metade”, uma produção erótica rodada e distribuída em Cascavel, no oeste paranaense. Pagliosa disse que está estudando tomar medidas legais contra o governo, pela exoneração, e contra o senador Roberto Requião (PMDB) –que é adversário do atual governador, Beto Richa (PSDB), e que revelou o passado do ex-chefe do IAP. “Me usaram numa briga política e usaram uma espécie de ‘ficha-limpa artística’ para me demitirem”, disse o ex-chefe regional, que também afirma que a película não resume sua carreira artística. Pagliosa disse que atuou em peças de teatro no passado e em uma produção cinematográfica evangélica.

* Errado está o senador Requião de fazer este tipo de denúncia, no mínimo, preconceituosa. Mais errado ainda está o governador Beto Richa de ter exonerado o rapaz por um motivo deste. Pagliosa que aliás vinha fazendo um trabalho correto no IAP, é ator. Ele interpretou um papel e há muitos anos. Um papel artístico. Fora da realidade. Como punir um cidadão com a exoneração de um cargo público por um motivo tão sofrível como este: preconceito artístico. Ações hipócritas, tanto de quem denunciou quanto de quem aceitou a denúncia. Nesse caso se encaixa bem a afirmação de Cristo: “quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra!”

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