segunda-feira, 6 de junho de 2011

Imbecilidade burocrática: confusão entre IML e Prefeitura deixa corpo sem remoção durante 20 horas


Segunda-feira, 6 de junho de 2011.

Um empurra-empurra entre o Instituto Médico Legal (IML) e a Prefeitura de Curitiba fez com que o corpo de Daniel dos Santos Moreira, 42, permanecesse por mais de 20 horas na casa de sua família, na rua Voltaire, número 37, no bairro Barreirinha. Segundo os familiares que procuraram a reportagem da rádio Banda B, de Curitiba, o problema começou quando, às 17h de domingo (05), Daniel, que sofria de epilepsia, faleceu de morte natural, em sua própria cama. O que então deveria ser o momento de descanso e reflexão para a família virou um transtorno, quando questões burocráticas fizeram com que o corpo não fosse recolhido da residência, permanecendo na cama envolto por um lençol.
A família alegou que primeiramente entrou em contato com o IML pedindo que o corpo fosse recolhido, no entanto, os responsáveis pelo Instituto apontaram que como o rapaz recebia tratamento médico era necessário que o profissional da Unidade de Saúde Santa Efigênia, localizada no Barreirinha, que acompanhava o rapaz, realizasse um atestado de óbito, em seguida removendo o corpo.
Por meio desta informação, os familiares buscaram então orientações com a Unidade de Saúde, que se recusou a fazer o atestado, alegando que Daniel passava por um acompanhamento psicológico e não médico, o que, segundo eles, tiraria a responsabilidade da unidade perante o corpo.
Sem solução, o corpo permaneceu de domingo para segunda em casa. No início da manhã de hoje, a família entrou em contato com a Banda B buscando ajuda para o caso, já que, segundo Tais Michelly, sobrinha de Daniel, o corpo de seu tio já estava exalando um odor desagradável.
Busca por solução
Ao saber do caso, a reportagem da Banda B entrou em contato com a Assessoria da Prefeitura e da Secretaria de Segurança Pública, Sesp, responsável pela administração do IML. A primeira alegou que o rapaz não tinha acompanhamento médico, a segunda, passou que o Instituto só busca um corpo no caso de morte natural sem acompanhamento médico, o que não seria o caso de Daniel.
Após mais um contato com a reportagem, a assessoria da Sesp confirmou que o rapaz sofria de epilepsia e que tinha acompanhamento psicológico da Unidade de Saúde no Barreirinha, sendo considerado um tratamento médico. Com isso, segundo a Sesp, existe a necessidade de um atestado de liberação por parte do médico responsável, ou seja, o erro teria sido de quem o atendia que não verificou a obrigatoriedade da liberação.
Para dar um fim ao empurra-empurra, a viatura do IML se deslocou até a residência de Daniel e recolheu o corpo, acabando com o martírio vivido pela família, que esperou por mais de 20 horas com um parente morto dentro de casa. (Portal Banda B)

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