Carli Filho no dia em que depôs no Tribunal do Juri |
Os documentos foram entregues na vara privativa do 2º Tribunal do Júri no fim da tarde desta sexta-feira, quanta faltava apenas meia hora para o seu fechamento, como era de se esperar. Consagrando a cultura de quanto mais retardar melhor rumo à prescrição ou ao esquecimento do fato pela mídia, os documentos chegaram nos últimos instantes do prazo derradeiro. E as alegações estão em um material incrivelmente extenso. Se depender da quantidade de papel, Carli Filho já está com o Céu garantido. Nas alegações, a retirada das acusações de que o ex-deputado estava dirigindo bêbado e com habilitação suspensa. Seria julgado apenas pelo “acidente”.
A defesa do ex-deputado ainda alega que a via onde dirigia era preferencial e que as vítimas teriam condições de visualizar seu carro e evitar o acidente. Na verdade, o cruzamento em que houve o acidente possui um semáforo, que na hora da ocorrência estava piscando em amarelo para ambas as vias.
O juiz Daniel Surdi de Avelar, analisou cuidadosamente o caso, e depois de ouvir testemunhas, acusado, e analisar o material colhido pela investigação policial, não teve a menor dúvida: determinou que o caso fosse analisado por um júri popular.
Na avaliação de Avelar, Carli Filho deve ser julgado por duplo homicídio com dolo eventual, porque o deputado sabia que o seu comportamento poderia causar a morte de alguém. A alegação da defesa é de que o ex-deputado dirigia em uma via onde a preferência de passagem era dele e que as vítimas tinham condições de visualizar o veículo e evitar a colisão.
Na avaliação de Avelar, Carli Filho deve ser julgado por duplo homicídio com dolo eventual, porque o deputado sabia que o seu comportamento poderia causar a morte de alguém. A alegação da defesa é de que o ex-deputado dirigia em uma via onde a preferência de passagem era dele e que as vítimas tinham condições de visualizar o veículo e evitar a colisão.
Agora, depois do Ministério Público e da assistência de acusação se manifestarem, uma sessão entre 3 desembargadores do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) vai determinar como o crime será julgado.
Estado em que ficou o carro das vítimas. A imagem fala por si só |
* Sempre é bom lembrar que as investigações apontaram que o ex-deputado estava bêbado e com habilitação suspensa por infrações de trânsito similares a que determinou a colisão, isto é, excesso de velocidade. Também é bom lembrar que o carro estava desenvolvendo uma velocidade incompatível para uma via urbana. Vocês podem imaginar o que é andar a mais de 160 km/h dentro de uma cidade. Carli Filho estava fugindo de quem? O que o levou a chegar a tamanha imprudência? É só ver o estado em que ficou o carro conduzido por Gilmar Rafael Yared para dimensionarem o impacto da colisão. Literalmente o Passat Alemão foi transformado em uma “bomba” que explodiu no primeiro carro que viu pela frente. Ou alguém de sã consciência acha que a mais de 160 km/h dá para fazer alguma manobra de segurança para desviar de qualquer coisa que apareça pela frente em uma via urbana?
A defesa do ex-deputado apresentou suas alegações que nada mais são do que manobras evasivas para protelar o andamento do processo. Mas, vai chegar a hora em que essas manobras terão fim. A partir daí é deixar que a Justiça faça aquilo que a sociedade espera dela. Mas, o mais importante de tudo isso é que as pessoas possam entender que as leis existem para serem respeitadas. Quando isto não acontecer e a desobediência for institucionalizada haverá o caos social. A sociedade sabe muito bem o que Carli Filho fez e o que deixou de fazer em relação ao respeito às leis. Resta agora saber o que a Justiça fará para dar o exemplo necessário de punição a quem desrespeitou tão claramente essas mesmas leis e que por conseqüência, deixou duas pessoas mortas.
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