Domingo, 10 de abril de 2011
Cada dia, ao meio dia, um pobre velho entrava na igreja e, poucos minutos depois, saía. Um dia, o sacristão lhe perguntou o que fazia, pois havia objetos de valor na igreja.
Cada dia, ao meio dia, um pobre velho entrava na igreja e, poucos minutos depois, saía. Um dia, o sacristão lhe perguntou o que fazia, pois havia objetos de valor na igreja.
Venho rezar, respondeu o velho.
Mas é estranho, disse o sacristão, que você consiga rezar tão depressa.
Bem, retrucou o velho, eu não sei rezar aquelas orações compridas. Mas todo dia, ao meio dia, eu entro na igreja e falo: "Oi Jesus, eu sou o Zé. Vim visitar você." Num minuto, já estou de saída. É só uma oraçãozinha, mas tenho certeza que Ele me ouve.
Alguns dias depois, Zé sofreu um acidente e foi internado num hospital. Na enfermaria, passou a exercer grande influência sobre todos. Os doentes mais tristes tornaram-se alegres e, naquele ambiente onde antes só se ouviam lamentos, agora muitos risos passaram a ser ouvidos. Um dia, a freira responsável pela enfermaria aproximou-se do Zé e comentou: Os outros doentes dizem que você está sempre tão alegre, Zé...O pobre enfermo respondeu prontamente:
É verdade, irmã. Estou sempre muito alegre! E digo-lhe que é por causa daquela visita que recebo todos os dias. Ela me faz imensamente feliz.
A irmã ficou intrigada. Já tinha notado que a cadeira encostada na cama do Zé estava sempre vazia. Aquele velho era um solitário, sem ninguém. Quem o visita? E a que horas? perguntou-lhe.
Bem, irmã, todos os dias, ao meio dia, Ele vem ficar ao pé da cama por alguns minutos, talvez segundos... Quando olho para Ele, Ele sorri e me diz:"Oi Zé, eu sou Jesus, vim te visitar".
A história é singela e seu autor é desconhecido. No entanto, o ensinamento que contém nos faz refletir profundamente. Fala-nos da fé, da simplicidade, da dedicação e da perseverança. Quem de nós dispõe, como o Zé, diariamente, de alguns minutos para falar com Jesus? Muitos ainda confundimos a oração com um amontoado de palavras que vão saindo da boca, destituídas de sentimento e de humildade. Quantos de nós temos tal perseverança, tanto nas horas de alegria quanto nas de dor, para elevar o pensamento a Jesus, confiando-lhe a nossa intimidade, com a certeza de que Ele nos ouvirá? A oração é uma ponte que se distende da alma opressa para que o alívio possa chegar. É o fio misterioso, que nos coloca em comunhão com as esferas divinas. É um bálsamo que cura nossas chagas interiores. É um templo, em cuja doce intimidade encontraremos paz e refúgio. Enfim, para as sombras da nossa alma, a oração será sempre libertadora alvorada, repleta de renovação e luz. É importante que cultivemos a fé inabalável nas soberanas leis que regem a vida e das quais o Sublime Galileu nos trouxe notícias.
É preciso orar, ainda que a nossa oração seja singela, mas que seja movida pelo sentimento.
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